Opinião
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28 de novembro de 2017
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17:52

O Rio Grande vive uma crise das finanças ou da verdade? (por Maria do Rosário)

Por
Sul 21
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O Rio Grande vive uma crise das finanças ou da verdade? (por Maria do Rosário)
O Rio Grande vive uma crise das finanças ou da verdade? (por Maria do Rosário)
“Parece que os amigos inseparáveis, Temer e Sartori, não combinaram o jogo direito”. (Foto: Guilherme Santos/Sul21)

 Maria do Rosário (*)

A negativa da Secretaria do Tesouro Nacional (STN), do Ministério da Fazenda, em aceitar o pedido do governo gaúcho para aderir ao Regime de Recuperação Fiscal expõe a “tática da esperteza” com a qual Sartori e o PMDB governam. O parecer da STN contradiz o que eles vêm dizendo.

Ao declarar que a crise das finanças do RS não atingiu o patamar necessário para o Estado se incorporar ao regime de recuperação, governo federal desmente Sartori, tornando evidente que esse apostou no caos das finanças públicas para aplicar sua política. Parece que os amigos inseparáveis, Temer e Sartori, não combinaram o jogo direito.

Ao invés de trabalhar para o desenvolvimento do Estado, Sartori constituiu um discurso derrotista, imobilizador e, principalmente, fantasioso, para amparar sua verdadeira política: criar as condições para que meia dúzia de empresas abocanhe a maioria dos recursos públicos através da venda de ativos, privatizando empresas importantíssimas, como a CEEE e o Banrisul, e extinguindo órgãos cujas funções serão transferidas a empresas com contratos bem remunerados.

Ao parcelamento e arrocho salarial dos servidores se somam a redução no custeio e investimentos em áreas decisivas para a maioria da população, como saúde, educação, assistência social e segurança, e o corte nas políticas voltadas ao aumento do emprego e do crescimento econômico. Para governar, Sartori e seus aliados preferem apostar na versão fantasiosa, dispensando a verdade.

Na história gaúcha outros apostaram nesta política e o resultado foi desastroso. Britto, do qual Sartori era líder na Assembleia, privatizou estatais, jogou o dinheiro obtido com essas vendas no ralo e ampliou a dívida do Estado em 53%. No sentido inverso dessa postura, os governos que adotaram políticas de investimento no povo gaúcho e optaram por dialogar e falar a verdade, como Olívio e Tarso, fizeram o Estado crescer, ampliando os serviços e investimentos públicos e controlando a dívida pública em sua relação com o crescimento do PIB gaúcho. Além de pagarem os salários em dia e reajustarem os vencimentos do funcionalismo.

Se o Estado viesse a aderir a esse regime de garrote sobre as suas finanças, a dívida pública aumentaria em mais de R$ 25 bilhões nos próximos anos. Efetivamente não é uma saída que interesse e beneficie a população, pelo menos à sua maioria.

Governador, ainda há tempo para o senhor reverter este desastre que sua política está jogando o Rio Grande do Sul. Fale a verdade, retome o diálogo e os pagamentos aos servidores e aposte nos gaúchos, no trabalho desta gente valorosa e lutadora.

(*) Deputada federal (PT-RS)


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