Opinião
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26 de julho de 2010
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14:00

Da importância didática dos números do Datafolha

Por
Sul 21
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Por Luiz Carlos Azenha

Alguém está errando seriamente nas pesquisas eleitorais. Só o tempo dirá. Registro, como curiosidade, que o Datafolha já produziu pelo menos uma pesquisa que nos pareceu fora da curva. No entanto, quem é do ramo alega que pode ser apenas uma questão de metodologia. No Vox Populi a diferença em favor de Dilma é de 8 pontos; no Datafolha, de um ponto em favor de Serra, dentro da margem de erro (que é de 2 pontos no Datafolha, contra 1,8% no Vox Populi).

De qualquer forma, como diz meu amigo Rodrigo Vianna, talvez o efeito de uma pesquisa assim seja benéfico para energizar os dois campos e evitar que haja salto alto. O que está em jogo no Brasil em 2010 é de imensas proporções. É muito mais do que a escolha de um presidente da República. Trata-se de uma escolha:

1. Que pode ditar os rumos políticos da América Latina, onde os Estados Unidos trabalham para isolar politicamente os governos da Bolívia e da Venezuela;

2. Ditará os rumos da exploração da maior reserva de petróleo descoberta no mundo nos últimos 30 anos;

3. Ditará os rumos da oitava maior economia do mundo que está a caminho de se tornar a quinta maior, num contexto de crise econômica internacional.

Internamente, as eleições deste ano selarão o destino de um grupo político pelos próximos 16 anos!

Diante de tal enormidade, é muito útil que a eleição não se decida de véspera, através de pesquisas eleitorais. E é muito útil que todos se engajem de corpo e alma no debate e na tarefa de convencimento que não aconteceram até agora, muito porque à mídia corporativa esse debate aparentemente não interessa, mas sim os factóides que nos são vendidos diariamente a título de “campanha eleitoral”.


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