Geral
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15 de setembro de 2011
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13:20

E a limpeza continua…

Por
Sul 21
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Caiu nesta quarta-feira (14) o antigo ministro do Turismo, deputado federal Pedro Novais (PMDB-MA), aliado do ex-presidente da República, José Sarney. Para o seu lugar foi indicado o deputado federal Gastão Vieira (PMDB-MA), do mesmo partido e aliado do mesmo ex-presidente da República. Fica garantido, desta forma, a continuidade do apoio da ala sarneysta do PMDB ao governo de Dilma Rousseff.

Leia Mais:
— Gastão Vieira é indicado pelo PMDB para ser o novo ministro do Turismo

Quarto ministro demitido por suspeitas de envolvimento em casos de corrupção e quinto ministro demitido durante os nove primeiros meses do atual governo federal, Pedro Novais resistiu à operação Voucher, da Polícia Federal, que prendeu 30 suspeitos de integrar uma rede fraudulenta instalada no ministério do Turismo, mas não resistiu às denúncias de contratação da governanta de seu apartamento e do motorista de sua esposa com verbas públicas.

A presidenta Dilma Rousseff mantém, com esta demissão, a prática que vem adotando desde que se iniciaram as denúncias contra ministros e altos integrantes da cúpula governamental: manter em seus cargos os acusados que provem sua inocência e demitir os que não conseguem se desvencilhar das denúncias. Não há “faxina” deliberada, mas há a adoção de uma prática de “saneamento público”.

Não se trata de demonizar a política e os políticos, que leva sempre ao autoritarismo, nem de exaltar a caça obsessiva à corrupção, que em lugar algum do mundo foi eliminada, mas trata-se de exaltar a adoção da prática salutar de não fazer ouvidos moucos a denúncias fundadas e de não prestigiar dirigentes que tenham perdido a credibilidade pública. Faxina não é programa de governo, mas moralidade e ética públicas são requisitos básicos de qualquer bom governo democrático.

A necessidade de composição e manutenção de maioria parlamentar, imprescindível no Brasil, exige a construção de acordos e a concessão de benefícios a partidos e a políticos aliados. Com isto, nem sempre o programa e os desejos do governante e de seu partido podem ser implementados em sua totalidade.

No caso específico do Ministério do Turismo, as atribuições que cabem a esta pasta, em decorrência da Copa do Mundo de 2014, lhe conferem tanto maior visibilidade, quanto maiores recursos e responsabilidades. Assim sendo, tanto os aliados se animam a ocupá-la, para se beneficiar das benesses disponibilizadas, quanto a presidenta Dilma Rousseff, a imprensa e a opinião pública se mostram mais rigorosos nas exigências de seu desempenho.

Que o novo ministro, Gastão Vieira, possa satisfazer mais aos interesses públicos, realizando uma boa gestão à frente da pasta do Turismo, e menos aos interesses particulares de seu partido e da facção política que o apóia.


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