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22 de novembro de 2012
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00:04

TSE mantém impugnação de Tarcísio Zimmermann em Novo Hamburgo

Por
Sul 21
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Zimmermann decidiu manter a candidatura após julgamento da Corte Eleitoral a respeito de uma situação semelhante a sua | Foto: Divulgação
“Apesar do resultado desfavorável no julgamento, reitero que não fui, não sou e nunca serei um ficha-suja”, diz Zimmermann em nota | Foto: Divulgação

Da Redação

O pleno do Tribunal Superior Eleitoral (TSE) negou, no começo da noite de quarta-feira (22), o recurso contra a impugnação da candidatura de Tarcísio Zimmermann (PT) à reeleição como prefeito de Novo Hamburgo. A votação foi apertada, com 4 votos pela manutenção da proibição, arvorada na Lei da Ficha Limpa, contra 3 votos favoráveis à validade da candidatura de Zimmermann. Como mais de 50% dos eleitores de Novo Hamburgo votaram no petista em outubro, será necessária uma nova eleição no município, em data ainda não definida.

O impedimento de Zimmermann vem de 2004, quando o então candidato a prefeito participou da inauguração de uma obra pública estadual, a convite do então governador Germano Rigotto. A aparição pública foi considerada descumprimento da Lei Eleitoral, que veda participação de candidatos em eventos do tipo.

A inelegibilidade do candidato, segundo seus defensores, acabou em 3 de outubro deste ano, quando completaram-se oito anos a partir da data da eleição onde ocorreu o ilícito. Portanto, Zimmermann argumentava que o período já estaria vencido em 7 de outubro, quando ocorreram as eleições deste ano. O entendimento do TSE, porém, foi distinto, considerando que só estará completo o período de inelegibilidade ao final do ano de 2012. O que pode abrir espaço para novo impasse, uma vez que, se a nova eleição para prefeito de Novo Hamburgo ocorrer em 2013, Zimmermann já estaria teoricamente apto a concorrer.

Em nota, Tarcísio Zimmermann garantiu que irá recorrer ao Supremo Tribunal Federal (STF) para garantir seu direito de ser diplomado. O advogado do político, Jorge Perrone, disse em declarações citadas pelo Correio do Povo que aguarda apenas a publicação do acórdão para ingressar com o pedido de recurso.

Confira abaixo a íntegra da nota:

NOTA À IMPRENSA

Tendo em vista o resultado do julgamento realizado no dia de hoje pelo TSE, venho a público manifestar:

1- Neste momento de espanto e dúvidas, as minhas primeiras palavras são de conforto e de profundo agradecimento ao povo de Novo Hamburgo pela coragem e a confiança demonstradas na eleição. Agradeço também as milhares de palavras de solidariedade e apoio que recebi ao longo de todo este processo. Em retribuição reafirmo que continuarei a trabalhar por nossa cidade durante todos os dias do meu mandato de Prefeito com a mesma intensidade, honestidade e determinação de fazer o bem. Foi este trabalho que transformou Novo Hamburgo num grande canteiro de obras e que marca esta poderosa retomada do desenvolvimento da nossa cidade.

2- Apesar do resultado desfavorável no julgamento realizado hoje pelo Tribunal Superior Eleitoral reitero minha convicção de não fui, não sou e nunca serei um “político ficha-suja”. Concorri com a certeza de que os Tribunais Eleitorais fariam justiça, o que infelizmente não ocorreu. Minha trajetória de vida foi marcada por lutas e dificuldades, mas nunca permiti – nem permitirei – que quem quer que seja venha a atacar minha integridade como cidadão e político.

3- Sou defensor da Lei da Ficha Limpa, que surgiu para punir crimes de corrupção e desvio de recursos e, jamais, para punir tão absurdamente pequenos erros comuns às pessoas humanas;

4- Acato a decisão do TSE no âmbito estrito deste Tribunal. Na luta por justiça recorrerei ao Supremo Tribunal Federal para buscar a uniformização de entendimento quanto a aspectos deste julgamento que deixam clara uma notória divisão do TSE, com votações divergentes para casos idênticos;

5- Lamento profundamente a atitude menor do PMDB, único responsável pela frustração da vontade democraticamente manifestada pelos eleitores de Novo Hamburgo;

6- Afirmo que esta sentença, mais que uma injustiça contra mim, é injusta para com o povo da minha cidade. A punição excessivamente rigorosa imposta em 2004 para um fato que hoje, por jurisprudência pacífica, sequer levaria à cassação do registro de candidato, infelizmente se repetiu em 2012. Mas nosso povo e nossa cidade são maiores do que estes percalços de uma democracia que ainda tem muito a consolidar.

Novo Hamburgo, 21 de novembro de 2012.

Tarcísio Zimmermann


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