Júlia Lang
O pior para a campanha de Mitt Romney à Casa Branca aconteceu. O vídeo gravado secretamente na recepção do candidato a grandes doadores (o convite do evento custava US$ 50 mil por pessoa) agora foi divulgado na íntegra pelo jornal Mother Jones.
Parte do vídeo já havia sido liberada, onde Romney aparecia depreciando os apoiadores de Barack Obama, chamando-os de dependentes do governo, e dizendo que não se preocuparia com eles. O candidato chegou a pedir que o vídeo fosse publicado na íntegra, insinuando que a ideia de seu discurso não ficara clara apenas com o trecho divulgado.
Agora com vídeo completo divulgado, o republicano deve buscar outro argumento. No seu discurso gravado, ele toca no delicado tema dos palestinos, e afirma que não ver perspectivas de paz no Oriente Médio.
“Eu vejo que os palestinos não querem a paz de jeito nenhum, por motivos políticos, cometidos pela destruição de Israel, e essas questões espinhosas eu digo que não há solução”. No seu site de campanha, porém, a plataforma diz acreditar em um acordo pacífico entre Israel e Palestina, acrescentando que os Estados Unidos buscam a paz global.
Romney disse ainda que “a ideia de pressionar os israelenses para que deem algo aos palestinos em troca de alguns gestos é a pior ideia do mundo”. O candidato, que apoia abertamente Israel, já havia provocado os palestinos em julho, quando declarou que a diferença de desenvolvimento econômico entre palestinos e israelenses era motivada por “diferenças culturais”.
Em crítica à política externa de Obama, a quem chamou de ingênio, o republicano ironizou: “A política externa do presidente, na minha opinião, é formada em parte pela percepção que ele tem de que o seu magnetismo, seu charme e sua capacidade de persuasão é tão convincente, que ele pode sentar-se com pessoas como Putin, Chávez e Ahmadinejad, e eles verão que somos pessoas tão maravilhosas que virão conosco, e eles vão parar de fazer coisas ruins”.