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16 de abril de 2012
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12:11

Sem-terra ocupam MDA e querem audiência com Dilma

Por
Sul 21
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| Foto: Marcello Casal/ABr

Da Redação
Atualizado às 11h58

Abrindo a jornada de luta na campanha do Abril Vermelho, integrantes do Movimento dos Trabalhadores Rurais Sem Terra (MST) ocuparam na manhã desta segunda-feira (16) o prédio do Ministério de Desenvolvimento Agrário (MDA) em Brasília.

Segundo José Damasceno, da coordenação nacional do movimento, o MST quer que “a presidenta [Dilma Rousseff] marque uma audiência com os trabalhadores”. A avaliação do ativista é que “o governo, após um ano e quatro meses da posse, não iniciou a reforma agrária”, por “falta de prioridade política”.

Para ele, o Palácio do Planalto tem demonstrado que “quer desenvolver o Brasil”, mas para isso “é preciso resolver uma dívida social”, disse se referindo à concentração da propriedade de terras no país. “A reforma agrária é uma medida social e produtiva: aquece a economia, gera renda e ainda aumenta a produção de alimentos”.

O MST deverá fazer ao longo da semana outras ocupações de terra e de prédios públicos (como as delegacias do Ministério da Fazenda e as sedes do Instituto Nacional de Colonização e Reforma Agrária, Incra, nos estados), informou Damasceno.

Não há diálogo com MST enquanto ocupação continuar, diz ministro

Antes de participar de um evento na Universidade do Cândido Mendes no centro do Rio de Janeiro, o ministro Gilberto Carvalho disse que o MST não terá diálogo com o governo enquanto o prédio do MDA, em Brasília, estiver ocupado. “Nós já entramos em contato com os companheiros do MST dizendo para eles que qualquer diáologo, que uma reunião formal, implica na desocupação do ministério. Não é possível nós conversármos com eles mantendo o prédio ocupado”, afirmou Carvalho.

Segundo o ministro, o MST já havia se reunido com ele na semana passada e combinado uma agenda de audiência em vários ministérios. “Estava tudo acertado, aí tomaram essa decisão de invadir o prédio.”

Carvalho afirmou que uma mesa de diálogo depende da desocupação da fazenda experimental da Embrapa em Sarandia, no Rio Grande do Sul, que também foi ocupada nesta segunda-feira (16). “Da mesma forma não dá para os receber e conversar enquanto a fazenda estiver ocupada. Temos de ter tranquilidade para dialogar.”

Famílias Sem Terra ocupam duas áreas no Rio Grande do Sul

Trezentas famílias de Sem Terra realizaram nesta manhã duas ocupações no Rio Grande do Sul, uma na área do Ministério do Desenvolvimento Agrário (MDA), no município de Sarandi, e a outra na fazenda Santa Verônica, localizada em Santa Margarida do Sul. Esta última fazenda tem extensão de 950 hectares e está em processo de desapropriação há mais de três anos. Parte da área está arrendada para produtores de soja.

De acordo com o integrante da coordenação nacional do MST, Cedenir de Oliveira, ações desse tipo acontecem pelo Brasil inteiro no mês de Abril, na chamada Jornada Nacional de Luta pela Reforma Agrária, em memória aos 21 Sem Terra assassinado no Massacre de Eldoradp dos Carajás (PA), numa operação da Polícia Militar em 1996, sem que nenhuma pessoa fosse punida até hoje.

Com informações da Agência Brasil, Folha de S. Paulo e MST


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