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5 de abril de 2012
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19:28

Protógenes defende validade das provas contra Demóstenes Torres

Por
Sul 21
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Protógenes: "Isso não pode ser abafado" | Foto: Ramiro Furquim/Sul21

Da Redação

Mesmo flagrado em escutas telefônicas nas quais promete ao bicheiro Carlinhos Cachoeira a aprovação de projetos de lei que o favoreceriam, a defesa do senador Demóstenes Torres (sem partido-GO) já revelou a intenção de invalidar as provas obtidas pela Polícia Federal na Operação Monte Carlo. Os advogados de Demóstenes seguirão a mesma estratégia do banqueiro Daniel Dantas que conseguiu invalidar as provas que existiam contra ele. Para o deputado Protógenes Queiroz (PCdoB-SP), o Judiciário não pode conceder a mesma brecha para Demóstenes.

“Temos que observar esse caso não só pelo aspecto técnico, mas também pelo lado do povo. Estamos falando de provas gravadas nas quais um senador nitidamente transgride regras. Isso não pode ser abafado”, defende o deputado que foi responsável pela operação que prendeu Dantas em 2008.

A principal alegação da defesa de Demóstenes é o de que nenhum senador pode ser grampeado, a não ser com autorização do Supremo Tribunal Federal (STF). No entanto, juristas e policiais federais são unânimes em relação à validade das provas obtidas na Operação Monte Carlo.

Para o deputado Fernando Francischini (PSDB-PR), que também é delegado da Polícia Federal e deputado, o Judiciário deve abandonar a postura formalista que adotou nos últimos anos. “Nos últimos anos, infelizmente, o Judiciário vem atendendo aos investigados da Polícia Federal, e não ao povo. Foi assim na Operação Boi Barrica, na Castelo de Areia. Isso é uma humilhação para o Brasil”, protesta o parlamentar.

Defensor de uma reforma no Judiciário, Protógenes crê que a Justiça não se adequou à evolução das investigações e dos sistemas de inteligência utilizados pela polícia, sobretudo a partir da década de 2000. “Se você parar para olhar a lei, ela legisla sobre o passado. Antes, você podia questionar papéis adquiridos ilegalmente. Mas dispensar provas cabais e robustas, como tem acontecido, é inaceitável. É uma coisa que só se sustenta no passado. Hoje, não tem o menor cabimento. É algo que precisa mudar”, reforçou o deputado do PCdoB.

Com informações do Jornal do Brasil


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