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26 de abril de 2012
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20:08

Brasil perde liderança ambiental com novo Código, dizem ONGs internacionais

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Sul 21
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Da Redação

Na opinião de organizações ambientalistas internacionais, o Brasil pode estar perdendo a liderança no movimento ecológico global a partir da aprovação pela Câmara Federal do texto que altera o Código Florestal. Segundo representantes da WWF e do Greenpeace, consultados pela BBC Brasil, o texto do deputado federal Paulo Piau (PMDB-MG) pode significar uma mudança na visão de organismos internacionais, que costumam colocar o Brasil como um dos mais ativos atores na defesa do meio ambiente em escala global.

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“É um choque estarem alterando o Código Florestal que protege a floresta amazônica. Com a proximidade da Rio+20, isso bota muita pressão sobre a presidente Dilma Rousseff. Será muito difícil para ela se apresentar como defensora do ambiente”, disse Sarah Shoraka, ativista especialista em florestas do Greenpeace do Reino Unido. “Durante a campanha, ela disse que não apoiaria nenhuma legislação que aumentasse o desmatamento e desse anistia a criminosos. Mas a proposta atual faz exatamente essas duas coisas”, critica.

Por sua vez, a diretora de Florestas da WWF no Reino Unido, Sandra Charity, se disse “perplexa” com a votação da última quarta-feira (25). “O Brasil tem uma trajetória de país moderno, que sempre esteve na liderança dos compromissos ambientais. A aprovação deste texto é um retrocesso”, afirmou.

“Nós estávamos acostumados com um Brasil que era líder no front ambiental”, acrescenta Sarah Shoraka, do Greenpeace. “O ex-presidente Lula anunciou metas ambiciosas de redução de CO2 (na Conferência de Mudanças Climáticas de Copenhague, em 2009). O Código Florestal é o primeiro teste, mas se você olhar para outras tendências, como a aprovação de grandes hidrelétricas ou estradas sem os estudos de impacto ambiental corretos, é possível notar um padrão de valores ambientais se degradando no Brasil”.

“Existe um descompasso entre o que a sociedade como um todo está esperando e pedindo e o que os dirigentes que fazem as leis estão decidindo”, acrescenta Sandra Charity, da WWF. Mesmo ressalvando que a aprovação foi no Congresso e que Dilma Rousseff pode vetar o novo Código, Charity disse que a decisão tende a respingar na imagem internacional do Brasil. “Vai pegar muito mal nessas grandes conferências internacionais que o Congresso brasileiro acaba de aprovar uma lei que é quase mais permissiva do que o primeiro Código Brasileiro, de 1934”, afirmou.

Com informações da BBC Brasil


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