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14 de março de 2012
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18:13

Trabalhadores rurais criticam lentidão na questão agrária

Por
Sul 21
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Movimentos dos trabalhadores rurais pretendem realizar em abril, uma série de manifestações e ocupações para pedir agilidade na reforma agrária | Foto: Divulgação/MST

Da Redação

Irritados com o que consideram “lentidão” e “falta de compromisso” do governo com a questão agrária, os movimentos de trabalhadores rurais tomaram a decisão de se unificarem na jornada de lutas e prometem um Abril Vermelho muito mais vigoroso.

A ação consiste em uma série de manifestações e ocupações feitas anualmente pelo MST para lembrar o massacre de Eldorado dos Carajás, ocorrido em 7 de abril de 1996 no Pará, e pedir agilidade na reforma agrária.

“Como a pauta agrária no início do governo Dilma não avançou, as desapropriações foram vergonhosas, pior índice dos últimos 16 anos, isso gera uma coisa conflituosa”, analisou um dos coordenadores nacionais do Movimento dos Trabalhadores Rurais Sem Terra (MST) Alexandre Conceição. “Este ano será um ano atípico na luta no campo que será muito mais forte, sem dúvida”, afirmou.

O MST esteve engajado na campanha da presidenta Dilma Rousseff e, em abril do ano passado, de acordo com Alexandre, a relação com o novo governo ainda se definia. “Como na campanha ela assumiu o compromisso de dar continuidade ao governo do presidente Lula, nós entendemos que seria dar continuidade às desapropriações”, destacou.

No entanto, ao final de um ano de governo, de acordo com dados do MST, somente 22 mil famílias foram assentadas. Só do MST, há cerca de 100 mil famílias esperando pelas desapropriações de terra. “O governo ficou paralisado na desapropriação de terras. Houve o corte no orçamento, a demora em nomear o presidente do INCRA (Instituto Nacional de Colonização e Reforma Agrária). A presidenta assinou um único decreto de desapropriação em dezembro”, destacou o coordenador.

E completou: “A burocracia do governo é que gerou esse descontentamento no campo, tanto é que nós, do campo, já fizemos o lançamento público e um chamado de vários movimentos do campo para uma luta conjunta. Já houve a mobilização das mulheres do MST, marcando o dia 8 de março, e, ontem, nos estados do Sul, foram paralisadas várias agências do Banco do Brasil”.

Entre as organizações que irão se mobilizar para participar da luta conjunta por melhorias no campo estão a Confederação Nacional dos Trabalhadores na Agricultura (Contag), a Federação dos Trabalhares da Agricultura Familiar (Fetraf), o MST e a Via Campesina.

Com informações da Agência Brasil


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