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22 de fevereiro de 2012
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15:56

Queima de Alcorão provoca confusão e mortes no Afeganistão

Por
Sul 21
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Da Redação

Protestos contra a queima de exemplares do Alcorão na maior base militar dos Estados Unidos no Afeganistão provocaram pelo menos oito mortes e dezenas de feridos nesta quarta-feira (22), no segundo dia consecutivo de manifestações. Depois do ato de profanação ocorrida na noite de segunda-feira, Washington se limitou a pedir desculpas pelo ato “inapropriado”, considerado um “erro”.

As desculpas de autoridades estadunidenses, contudo, não foram suficientes para amenizar os ânimos dos afegãos que saíram às ruas gritando “morte à América” e “morte a Obama”. Os violentos distúrbios explodiram em Cabul, em Jalalabad, no leste, e na província de Parwan, ao norte da capital. Trinta pessoas também ficaram feridas, segundo autoridades locais e fontes médicas.

O chefe do Pentágono, Leon Panetta e, antes dele, o general americano John Allen, comandante da Otan no Afeganistão (Isaf), tentaram abafar as violentas reações anti-estadunidenses, no momento em que Washington tenta negociar a paz com o movimento talibã e continua com a retirada das tropas de combate, que devem deixar o país até 2014.

Em Cabul, uma multidão atacou com pedras a base dos Estados Unidos da Isaf Camp Phoenix, incendiou veículos e atacou lojas adjacentes. A polícia afegã se dirigiu para o local e os soldados de Camp Phoenix atiraram para o ar na tentativa de dispersar os manifestantes.

Atos de profanações são constantes no Afeganistão

Em Washington, o secretário da Defesa, Leon Panetta, reiterou as desculpas, confirmando que funcionários “se livraram” dos exemplares do Alcorão de maneira “inapropriada”. Autoridades afirmaram que os livros foram queimados porque serviam para esconder mensagens passadas entre prisioneiros afegãos da prisão de Bagram.

Desde a manhã de terça-feira, milhares de manifestantes cercaram a base de Bagram. Eles atacaram seus ocupantes com estilingues e atearam fogo em uma das entradas. Os soldados dos Estados Unidos responderam com balas de borracha.

A profanação do livro sagrado do Islã ou atos considerados blasfemos pelos muçulmanos são cometidos por soldados estrangeiros no Afeganistão periodicamente, e provocam geralmente manifestações violentas.

Com informações da AFP e Reuters


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