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Da Redação
Na avaliação da Defensoria Pública de São Paulo, diminuiu a truculência policial na operação que é feita desde início do mês na cracolândia, local onde pessoas consumiam e traficavam o crack. Na primeira semana de atuação ostensiva da Polícia Militar (PM) e Guarda Civil Metropolitana (GCM), o órgão chegou a receber 32 denúncias de abuso de poder e violação de direitos humanos. Durante a repressão, policiais usaram balas de borracha e bombas de efeito moral contra os usuários.
“As abordagens passaram a ser feitas de outro jeito, os conflitos diminuíram drasticamente e nós não recebemos mais as denúncias que recebíamos no começo da nossa presença aqui”, disse o defensor Pedro Giberti, em visita a cracolândia nesta quinta-feira (19).
O defensor disse que a mudança de comportamento se deve à pressão exercida pela defensoria e outras entidades contra a violência policial. “A percepção de que essas pessoas não estão mais desprotegidas, desassistidas está servindo, se não de estímulo, mas pelo menos de alerta para que elas passem a ser respeitadas nos seus direitos”, declarou.
“No primeiro dia fui acordada com um chute na barriga”
Grávida de cinco meses, a usuária de crack há 16 anos, Sara Nunes, reside e mora na cracolândia há seis meses. Sara Nunes declarou que sofreu com a forma como os policiais agiram para combater o tráfico e o consumo de drogas na região.
“No primeiro dia fui acordada com um chute na barriga”, diz a moça. Na opinião dela, o único objetivo da operação policial é expulsar os usuários de drogas do centro. “Sabe quando a dona de casa limpa a casa? É isso, estão limpando a casa, e nós somos o lixo”, ressaltou.
Com informações da Agência Brasil