Da Redação
A Organização das Nações Unidas (ONU) divulgou nesta quarta-feira (11) que os confrontos deixaram 400 mortos na Síria desde a chegada da Liga Árabe no país, há duas semanas. A embaixadora da ONU, Susan Rice, avaliou que o número de vítimas demonstra que o governo sírio vem intensificando a violência contra manifestantes pró-democracia.
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No último domingo, a Liga Árabe (formada por 23 nações) informou que manterá a missão de observadores atuando na Síria. A tentativa é pressionar governo e oposição a abandonar as armas e fazer com que o regime de Assad tire o Exército das ruas. Segundo a ONU, mais de 5 mil pessoas foram mortas desde o início da repressão na Síria.
Grupos de oposição acusam a missão de servir para acobertar a repressão aos protestos, que continua sob a presença dos observadores. Os observadores foram submetidos nesta quarta-feira (11) a uma nova prova, após um ex-monitor afirmar que a missão é uma “farsa”.
“A missão foi uma farsa e os observadores têm sido enganados”, afirmou Anwer Malek à rede al-Jazeera. “O regime orquestrou e fabricou a maior parte do que vimos para evitar que a Liga Árabe atue contra o regime.” A emissora identificou Malek como um observador que renunciou à missão por não concordar com o que ocorria. A Liga Árabe não comentou o caso.
“Sem dúvida vamos triunfar sobre essa conspiração”
Numa aparição pública extremamente rara, Assad se juntou a milhares de partidários nesta quarta-feira (11) durante uma manifestação na capital Damasco. Ele disse à multidão que foi buscar a força dos participantes e prometeu combater o “terrorismo”.
Assad estava cercado por guardas de segurança ao aparecer para a multidão e vestia-se de forma mais casual do que o costume, usando um paletó, mas sem gravata. “Eu quis estar com vocês então eu posso buscar a forças de vocês, tendo em vista tudo o que a Síria vem passando”, disse ele. “Graças a vocês, eu nunca me senti fraco”, declarou.
“É importante que mantenhamos nossa fé no futuro. Eu tenho fé no futuro e que sem dúvida vamos triunfar sobre essa conspiração que está chegando ao fim, o que também será seu fim (dos conspiradores) e de seus planos”, disse ele em meio a aplausos de seus partidários.
Assad tem feito pouquíssimas aparições públicas desde o início do levante contra seu governo, iniciado dez meses atrás. Ele afirma que a revolta é trabalho de conspiradores que recebem ajuda externa. Na terça, ele ameaçou agir com “punhos de aço” contra os que ameaçam seu regime.
Com informações da Agência Brasil, Associated Press e da Dow Jones