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7 de dezembro de 2011
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18:48

População afetada por Belo Monte “ganhou na loteria”, diz técnico

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Sul 21
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População afetada por Belo Monte “ganhou na loteria”, diz técnico
População afetada por Belo Monte “ganhou na loteria”, diz técnico
Enquanto presidente da EPE exalta compensações às populações em torno de Belo Monte, Cimi denuncia desvios de repasses| Foto: Cimi

Da Redação

As populações dos municípios próximos ao local onde é construída a usina hidrelétrica de Belo Monte, no rio Xingu (PA), “ganharam um bilhete premido na loteria”. Essa é a avaliação feita nesta quarta-feira (7) do presidente da Empresa de Pesquisa Energética (EPE) do Ministério das Minas e Energia, Mauricio Tolmasquim. Ele se refere ao montante de R$ 3,5 bilhões que os empreendedores terão que investir em ações socioambientais.

Conforme Tolmasquim, as exigências preveem restruturação completa dos serviços de saúde, educação e segurança da região. Os valores das compensações socioambientais, segundo ele, correspondem a “sete vezes o orçamento do Pará inteiro”. “Nem em 100 anos eles teriam isso”, disse Tolmasquim no seminário Sustentabilidade Energética no Século XXI.

Cimi denuncia que verbas não tem chegado as aldeias

Enquanto isso, o Centro Indigenista Missionário (Cimi) informou que a última reunião entre governo, consórcio Norte Energia (NESA) e lideranças indígenas das aldeias do Médio Xingu, ocorrida na última quinta (1) terminou com poucas respostas concretas e diversos encaminhamentos genéricos.

Segundo os indígenas, uma verba de R$ 30 mil/mês, prevista no plano emergencial ambiental (mitigação de impactos) e que deveria ser repassada pela NESA às aldeias, tem sofrido desvios, malversação e são aplicadas apenas na compra de produtos que tem de ser solicitados pelas aldeias através de listas de compras. De acordo com os indígenas, os produtos são superfaturados, não chegam às aldeias como solicitados, e quando chegam, são de péssima qualidade.

Diante das denúncias de malversação das verbas, a NESA se comprometeu a “verificar as discrepâncias e depois justificá-las melhor”. De qualquer forma, os recursos só serão pagos até dezembro de 2012 e não pelo período de existência da usina, avisou a empresa. Já para outro plano de repasses – destinado a projetos de fortalecimento cultural -, que atualmente prevê R$ 50 mil às aldeias, a empresa concordou em aumentar o valor para R$ 80 mil, apesar da demanda ter sido R$ 150 mil.

O encontro foi convocado pelas etnias Xipaya, Xicrin, Kuruaya, Arara, Juruna, Assurini, Araweté, Parakanã e Kayapó.

Com informações do Valor Econômico e Xingu Vivo


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