Notícias
|
8 de dezembro de 2011
|
19:34

Reforma do Beira-Rio pode ser financiada com dinheiro público

Por
Sul 21
[email protected]
Reforma do Beira-Rio pode ser financiada com dinheiro público
Reforma do Beira-Rio pode ser financiada com dinheiro público
Sócios investidores da Construtora Andrade Gutierrez no projeto de reforma do estádio Beira-Rio seriam dois fundos de pensão ligados a estatais gaúchas, a Fundação CEEE e a Fundação Corsan | Foto: Ander Vaz/Flickr

Milton Ribeiro

Fontes ligadas ao Conselho do S.C. Internacional afirmam que os sócios investidores da Construtora Andrade Gutierrez no projeto de reforma do estádio Beira-Rio seriam dois fundos de pensão ligados a estatais gaúchas, a Fundação CEEE e a Fundação Corsan. Conforme nota divulgada pela empresa em 28 de outubro de 2011 e cujo conteúdo publicamos abaixo, a construtora arcará apenas com 20% do valor necessário à obra e garante que os nomes dos investidores de 80% do valor da obra serão mantidos “em sigilo em função da confidencialidade exigida”. Confirmando o teor da nota, a minuta que os conselheiros do clube atualmente examinam é omissa em relação ao nome dos investidores.

Os fundos de pensões são formados com contribuições dos servidores das respectivas empresas e contribuições das próprias empresas, formando o capital que será pago mensalmente como pensão, quando da aposentadoria dos mesmos.

Os estatutos destas instituições determinam que os investimentos sejam fatiados em diversos papéis, sendo que a maior fatia vai para investimentos conservadores e não voláteis – renda fixa, investimentos estruturados, imóveis, empréstimos e contribuições. Porém, também há investimentos em renda variável ou em investimentos de risco. Em contato com as fundações, ambas negaram veementemente o fato. Todavia, ainda assim o investimento poderia ser feito através da compra de cotas de fundos de investimento de instituições financeiras (como, por exemplo, o Banrisul), que por sua vez aplicariam tais valores no empreendimento.

Desta forma, estaria configurada uma situação onde o capital utilizado na reforma seria uma espécie de financiamento público indireto para a reforma do estádio que será utilizado na Copa do Mundo de 2014.

Abaixo, apresentamos a íntegra da nota da Andrade Gutierrez de 28 de outubro, quando a minuta do contrato ainda não havia chegado ao Beira-Rio e havia dúvidas sobre a realização do projeto. Em destaque, a citação sobre os sócios investidores:

A Construtora Andrade Gutierrez foi selecionada pelo S. C. Internacional em julho último, após deliberações internas da agremiação, como sua opção preferencial de parceria para obras de preparação do Estádio José Pinheiro Borda (Gigante da Beira-Rio) para a Copa do Mundo de 2014.

Os entendimentos seguintes a essa decisão deram ensejo à elaboração conjunta da minuta do contrato que definirá as bases da parceria que perdurará pelos próximos 20 anos. O documento, que começou a tramitar em agosto, está em fase avançada de negociação. Pela dimensão e escopo da parceria, o prazo das tratativas está dentro de parâmetros considerados normais.

Para viabilizar o projeto de reforma, a proposta apresentada pela Andrade Gutierrez prevê a constituição de uma Sociedade de Propósito Específico (SPE) visando a captação de recursos para a obra. A Construtora, que por esse modelo vai arcar com 20% dos investimentos, está em tratativas avançadas com potenciais sócios investidores, cujos nomes serão mantidos em sigilo em função da confidencialidade exigida durante as negociações.

A empresa confia que, uma vez formalizada a parceria, sua expertise e seu conhecimento técnico permitirão o desenvolvimento de um projeto digno dos anseios do S.C. Internacional, da torcida colorada e do povo rio-grandense.


Leia também
Compartilhe:  
Assine o sul21
Democracia, diversidade e direitos: invista na produção de reportagens especiais, fotos, vídeos e podcast.
Assine agora