Clássico de Orson Welles é considerado o melhor filme de todos os tempos
Fernando de Oliveira
Diário Regional
Desde sua premiere no dia 1º de maio de 1941, em Nova York, Cidadão Kane permanece como um monumento da história do cinema. Tanto que o filme de Orson Welles (1915-1985) ocupa desde então praticamente o topo de todas as listas de melhores filmes de todos os tempos, desbancando inclusive outro monumento da sétima arte, o clássico de Sergei Eisenstein O Encouraçado Potemkin – que até o surgimento de Kane era o “filme dos filmes”.
No dia 13 de setembro, essa obra-prima completa 70 anos. E para celebrar seu aniversário, a Warner o lançará em uma versão de alta definição (restaurada a partir dos negativos originais) em edição de colecionador em Blue-Ray, que terá extras inéditos e um livro de 48 páginas com a história dos bastidores do filme. Ainda estará incluído nessa edição o documentário A Batalha por Cidadão Kane (indicado ao Oscar em 1999), que já fora lançado nos extras da versão em DVD do filme de Welles.
Infuência para cineastas do mundo inteiro ainda hoje, pela sua ousadia e revolução das técnicas de filmagem (profundidade de campo…), Cidadão Kane conta a história do magnata Charles Foster Kane (personagem claramente inspirado em William Randolph Hearst, poderoso magnata da mídia norte-americana, que ao morrer pronuncia a palavra Rosebud (botão de rosa). No decorrer da trama, amigos próximos de Kane tentam decifrar o enigma dessa palavra.
Curiosamente, embora seja considerado o melhor filme de todos os tempos, Cidadão Kane não ganhou o Oscar de Melhor Filme quando concorreu ao prêmio, em 1941. Acabou perdendo a estatueta dourada para Como Era Verde Meu Vale, uma das obras-primas de John Ford, porém hoje pouco lembrada.
Dirigido por Orson Welles, quando este tinha apenas 26 anos, e roteirizado por Herman Mankiewicz – a quem a ferina crítica Pauline Kael dedicou um longo ensaio no qual o defendia como o verdadeiro autor do filme – Cidadão Kane chega ao seu septuagésimo aniversário como um filme controverso e envolto de mitos. Contudo, trata-se de um marco incontestável, que se tornou um dos pilares do cinema moderno graças à genialidade da direção de Welles.
