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12 de maio de 2011
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13:59

Caixas-pretas já estão em Paris. Diálogos na cabine jamais serão revelados

Por
Sul 21
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Jorge Seadi

O BEA, escritório responsável pelas investigações das causas do acidente com o Airbus A 330 da Air France que fazia o voo Rio-Paris no dia 31 de maio de 2009, confirmou agora pela manhã (12) que as duas caixas-pretas recolhidas ainda na semana passada, chegaram na capital francesa nesta quinta-feira.

O BEA disse também que as gravações das conversas dos pilotos na cabine de comando do avião jamais serão divulgadas para a imprensa e nem para os familiares das vítimas. Jean Troadec, diretor do BEA, explicou em coletiva realizada esta amanhã que “este gênero de diálogo tem uma carga emocional muito forte, muito pesada. Quando as abrirmos, vamos utilizá-las como elemento técnico essencial para compreender as causas do acidente”.

As duas caixas-pretas

As duas caixas-pretas foram mostradas para a imprensa e para familiares das vítimas poucas horas depois que chegaram a Paris. Uma contém dados técnicos do voo, como os últimos procedimentos realizados a bordo e a outra a gravação da conversa dos pilotos na cabine. Alain Bouillard, chefe das investigações, disse que nenhuma informação será divulgada antes do final das investigações, as quais devem se prolongar por meses. “Agora, vamos entrar num longo processo de estudo de todas as peças recolhidas. É uma operação que não se conta em dias; se conta em semanas, meses”, reafirmou Alain Bouillard.  Segundo ele, o relatório final será apresentado nos primeiros meses de 2012.

As duas caixas-pretas estão guardadas dentro de dois recipientes de vidro imersas em água desmineralizada para evitar a corrosão do material. Hoje à tarde, os técnicos do BEA abrirão os dois equipamentos e retirarão os cartões de memória que são semelhantes a placas de computador. Inicialmente as placas irão passar por um processo de secagem. Depois, os técnicos irão examiná-las para saber se sofreram algum dano e só após irão passar o conteúdo das placas para um computador. Troadec disse que os técnicos estão otimistas quanto a poder retirar as informações necessárias para finalizar o inquérito sobre o acidente”. Até segunda-feira (16) vamos saber se podemos ler as informações contidas nas caixas-pretas. Aparentemente elas estão em bom estado”, disse Jean Paul Troadec.

Além dos especialistas do BEA, o coronel brasileiro Luís Cláudio Lupoli, representante do Centro de Investigação e Prevenção de Acidentes Aéreos ( Cenipa), estará presentes à abertura das caixas-pretas. Todo trabalho será gravado. Funcionários da fabricante das caixas-pretas (Honeywell), da Justiça e da Polícia francesa também irão acompanhar a abertura dos equipamentos. O coronel Lupoli disse que os franceses estão fazendo tudo certo, “temos plena confiança no trabalho deles”.

As sondas de velocidade pilot, apontadas como a principal causa do acidente, ainda não foram encontradas. A análise de outras peças do avião que foram recolhidas — como turbinas, computadores de bordo, cabine dos pilotos — também vão ajudar no esclarecimentos das causas do acidente.

A queda do Airbus A 330 vitimou 228 pessoas, entre eles 16 tripulantes. Uma semana depois do acidente, foram localizados 3% dos destroços do avião e 50 corpos. No mês passado, na quarta tentativa, os destroços restantes e alguns corpos, foram localizados a 4 mil metros de profundidade a 1 mil e 100 km da costa brasileira, na altura de Recife.

Com informações do Terra


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