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12 de abril de 2011
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22:33

I Fórum da Igualdade encerra com otismo de continuidade

Por
Sul 21
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Rachel Duarte

Encerramento do I Fórum da Igualdade nesta terça, em Porto Alegre./Foto: Ramiro Furquim.

Terminou, na tarde desta terça-feira (12), o I Fórum da Igualdade, promovido pela Coordenação dos Movimentos Sociais do Rio Grande do Sul. Durante dois dias, no Auditório Dante Barone, da Assembleia Legislativa gaúcha, painelistas e participantes debateram sobre a importância de democratizar os meios de comunicação, a necessidade de adotar uma leitura crítica da mídia, que deve ser feita já nas escolas, e as formas de regulação dos meios de comunicação. No encontro foi acertada a elaboração de um documento com as proposições que surgiram do debate e a realização de um ato público nesta quarta-feira (13), em frente à sede da a Federasul, onde o ministro das Comunicações, Paulo Bernardo, estará almoçando com empresários.

A intenção das entidades reunidas no Fórum da Igualdade é defender a participação dos movimentos sociais na elaboração do Plano Nacional de Banda Larga e dos instrumentos de regulação da mídia. Para expor suas ideias, vão usar um carro de som.

A mobilização proposta deverá ser organizada, respeitosa e estratégica. Ela foi defendida pelo jornalista e presidente do Centro de Estudos da Mídia Alternativa Barão de Itararé, Altamiro Borges, como uma possibilidade de garantia de enfrentamento ao governo na luta pelos direitos das classes. “É preciso que os movimentos sociais mantenham sua autonomia mesmo diante de governos progressistas. ( É preciso) fazer pressão. Mas, com habilidade política para que as forças do retrocesso não se aproveitem das lutas sociais”, disse.

Para Borges, o governo gaúcho poderá ter o trunfo de criar um Conselho Estadual de Comunicação e provocar o governo Dilma a se posicionar quanto a um Conselho Nacional de Comunicação. “Pelo que vi até agora das atitudes do governo Tarso, percebo o simbolismo de algumas ações, como a criação do Conselhão e outros espaços de diálogo. Se ele criar o Conselho Estadual de Comunicação, terá um símbolo político muito forte”, analisou.

A secretária de Comunicação e Inclusão Digital (Secom) do RS, Vera Spolidoro, também compôs a mesa de debates e salientou o compromisso em debater com a sociedade a criação de um Conselho de Comunicação no estado. “O Conselho é um instrumento que pode garantir a voz dos demais atores do processo democrático”, disse. A diretora de Políticas Públicas da Secom do Governo do Estado, Cláudia Cardoso, também esteve no evento e esclareceu as possibilidades de ação do futuro órgão. “O Conselho estadual não pode influenciar no conteúdo produzido, mas  pode fiscalizar e denunciar abusos. Cobrar o cuidado sobre a responsabilidades social das empresas pode ser feito”, disse.

Batalha do Plano Nacional de Banda Larga

Painelistas do I Fórum da Igualdade debatem o papel do estado e os meios de comunicação./Foto: Ramiro Furquim.

A representante do Intervozes — Coletivo Brasil de Comunicação Social, Bia Barbosa, salientou que a principal pauta do primeiro ano do governo Dilma deve ser a disputa de interesses que envolvem o Plano Nacional de Banda Larga. Ela salientou a desmobilização das entidades e movimentos sociais pós-Conferência Nacional de Comunicação (2009), devido ao ano de 2010 ter sido de eleições. Mas, chamou para o compromisso de unificar os esforços para uma decisão da sociedade de assumir a participação na discussão sobre o Plano. “Temos que decidir se queremos assumir esta briga ou se vamos deixar os interesses das empresas de telecomunicações decidirem quem terá ou não banda larga no país?”, questionou.

O Ministério das Comunicações tem uma proposta para o Plano Nacional de Banda Larga, que tem por objetivo massificar, até 2014, a oferta de acessos à banda larga e promover o crescimento da capacidade da infraestrutura de telecomunicações do país.

Para o jornalista Altamiro Borges, a discussão do projeto está sendo feita em horários onde não contempla a participação popular. “Esta é uma batalha de grandes dimensões, que tem a ver com a inclusão digital e a democracia. Mas, infelizmente, não é feita à luz do dia”, criticou.

Dinâmica de encerramento do I Fórum da Igualdade, em Porto Alegre./Foto: Ramiro Furquim

Não basta incluir

Outro ponto debatido entres os painelistas é a necessidade de educar para a internet. Além da garantia de acesso à rede mundial de computadores, o estado deve, na visão de todos os palestrantes, orientar para o uso adequado da ferramenta. “Inclusão digital não garante cidadania. Temos que trabalhar na escola e com os professores o uso do computador e da internet”, disse a secretária gaúcha Vera Spolidoro.

Ao final dos debates, todos os participantes foram convidados a se aproximar do palco e juntos disseram sim e não para alguns conceitos e valores. A dinâmica foi a forma de encerramento do I Fórum da Igualdade, já que a marcha prevista na programação foi suspensa devido ao desgaste dos dois dias de encontro. As proposições do fórum serão sintetizadas e disponibilizadas no site do evento. A intenção é solidificar a atividade de modo que ela tenha continuidade anual.

Leia também:

– Tarso: “O fórum da igualdade é que é o fórum da liberdade”

– O papel da liberdade e da igualdade na formação do Estado brasileiro


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