Jorge Seadi
Os restos mortais dos passageiros do Airbus da Air France, que caiu no oceano Atlântico em maio de 2009, serão retirados do fundo do mar. A Agência de Pesquisa e Análise (BEA, sigla em francês), responsável pelas buscas dos destroços do avião que fazia o voo 447 entre o Rio de Janeiro e Paris, foi autorizada pelo presidente Nicolas Sarkozy a retirar os destroços e também os corpos dos mortos no acidente. Logo que os destroços foram descobertos a 1,1 mil km da costa brasileira, na altura do Recife, autoridades francesas disseram que não poderiam retirar as vítimas porque o trabalho de içamento seria feitos por robôs e o que restou dos passageiros poderia ser destruído pelas máquinas.
O Chefe do Centro de Investigação e Prevenção de Acidentes Aeronáuticos (Cenipa), brigadeiro Carlos Alberto da Conceição, afirmou nesta terça-feira (19) que a decisão de retomar o resgate dos corpos foi comunicada esta manhã à Aeronáutica. O coronel Luis Cláudio Lupoli, que acompanha os trabalhos de investigação das autoridades francesas, foi quem recebeu a confirmação da retirada dos corpos. O brigadeiro Carlos Alberto da Conceição também afirmou que os franceses ainda não deram detalhes do estado dos corpos que estão a 4 mil metros de profunidade desde o dia 31 de maio de 2009. O coronel Lupoli embarca ainda hoje para Paris a fim de acompanhar o resgate dos destroços. Os trabalhos de retirada do avião começam no dia 26 de abril com o uso de robôs americanos. A prioridade do BEA, segundo o coronel Lupoli, será a busca e retirada das caixas pretas para tentar definir as causas reais do acidente.
O avião da Air France saiu do Rio de Janeiro com 228 pessoas a bordo no dia 31 de maio de 2009, às 19h ( horário de Brasília) e deveria chegar ao aeroporto Charles de Gaulle, em Paris, no dia 1º de junho às 11h10 (horário local – 6h10 horário de Brasília).Às 22h33 (horário de Brasília) o piloto fez o último contato via rádio com o Centro de Controle de Área Atlântico (Cindacta III). O comandante informou que, às 23h30, entraria no espaço aéreo de Dakar, no Senegal, e às 22h48 a aeronave saiu do controle de radar do Cindacta III. A Air France informou que o avião entrou em “zona de tempestade” às 23h ( horário de Brasília) e 14 minutos depois enviou uma mensagem automática de falha no circuito elétrico.
Fragmentos do avião foram encontrados no meio do oceano, uma semana depois, por equipes de busca do Brasil. Apenas 50 corpos foram resgatados e poucas peças do avião foram recuperadas. As caixas pretas não foram localizadas naquela época.
Com informações da Agência Brasil
