Rui Felten
Ricardo José Neis, de 47 anos, que atropelou ciclistas na última sexta-feira, durante uma manifestação do movimento Massa Crítica, no bairro Cidade Baixa, em Porto Alegre, ficará hospitalizado, sob custódia, até que o médico psiquiatra que o acompanha autorize a sua liberação. Só então ele poderá cumprir prisão preventiva. O pedido de prisão foi acatado pela juíza Rosane Ramos de Oliveira Pinto nessa terça-feira (1º) à noite. Ainda no mesmo dia, Neis internou-se no Hospital Parque Belém, na Zona Sul de Porto Alegre.
De acordo com o psiquiatra Hugo Alberto Horlle, que está tratando de Neis, ele deve continuar no hospital porque está emocionalmente abalado e poderia atentar contra a própria vida. O médico não soube dizer quanto tempo de internação ainda será necessário. Enquanto estiver hospitalizado, Ricardo Neis ficará sob a guarda do Grupamento de Operações Especiais (GOE). Quando for liberado pelo médico, deverá ser levado para o Presídio Central. Mas o delegado da Polícia Civil Rodrigo Garcia ainda vai tentar removê-lo para o Instituto Psiquiátrico Forense, porque considera o local mais adequado para a custódia.
O atropelamento ocorreu por volta das 19h da última sexta-feira, na esquina das ruas José do Patrocínio e Luiz Afonso. Foram envolvidos cerca de 15 ciclistas, oito deles sendo levados para o Hospital Pronto Socorro. Segundo testemunhas, os ciclistas foram atingidos pelo Golf dirigido por Neis, que seguia o grupo desde o início da José do Patrocínio. Um desentendimento e uma pequena colisão teriam detonado a agressão. O movimento Massa Crítica reúne pessoas para pedalar pelas ruas da cidade. Integrantes preparam um ato nacional para o dia 25 de março, data em que o episódio estará completando um mês. Além de Porto Alegre, haverá protestos em São Paulo, Curitiba, Recife e no Rio de Janeiro. Nessa terça-feira (1º) à noite, cerca de 2 mil pessoas participaram de um grande protesto contra a violência sofrida pelo grupo de ciclistas, em ruas da região central de Porto Alegre.
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