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24 de março de 2011
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21:57

Estudantes protestam por mais recursos para educação em Brasília e no RS

Por
Sul 21
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Rachel Duarte

Estudantes fazem manifestação na Esplanada dos Ministérios pedindo a aplicação de recursos do pré-sal e do Produto Interno Bruto (PIB) na educação./Foto: Marcello Casal Jr/ABr

Cerca de 10 mil estudantes fizeram uma caminhada e diversas manifestações na Esplanada dos Ministérios, em Brasília, nesta quinta-feira (24), carregando bandeiras das entidades que representavam e uma faixa com a razão da reivindicação – “Educação tem que ser 10. 10% do PIB e 50% do Fundo do Pré-Sal para educação”. Esta é a causa que está levando, desde o início desta semana, uma multidão de jovens para as ruas das principais capitais brasileiras. A manifestação em Brasília terminou no gabinete da presidenta Dilma Rousseff, que recebeu as propostas dos estudantes.

O grupo de universitários e secundaristas que participaram de manifestações, sob liderança dos presidentes da UNE (União Nacional dos Estudantes), Augusto Chagas, e da Ubes (União Brasileira de Estudantes Secundaristas), Yann Evanovick, foi recebido, num primeiro momento, pelo secretário-geral da Presidência da República, Gilberto Carvalho. Segundo informações da assessoria de imprensa da Presidência, a pedido do ministro da Educação, Fernando Haddad, Dilma, que dispôs de tempo na agenda, recebeu os estudantes para estabelecer o primeiro contato com os jovens desde que assumiu o comando do país.

Estudantes fazem manifestação na Esplanada dos Ministérios pedindo a aplicação de recursos do pré-sal e do Produto Interno Bruto (PIB) na educação.

Os interlocutores do grupo apresentaram o desejo de destinar 10% do Produto Interno Bruto (PIB) para educação e 50% da receita do fundo proveniente do pré-sal também para o sistema educacional. O Plano Nacional de Educação, apresentado ainda na gestão de Luiz Inácio Lula da Silva, prevê 7% do PIB para educação entre 2011 e 2020. Além de um maior percentual, os estudantes solicitaram compreensão da presidenta para com as 59 emendas em projeto de lei que tramita na Comissão de Educação da Câmara tratando do Plano Nacional de Educação.

O presidente da UNE, Augusto Chagas, saiu da reunião e publicou em seu perfil no Twitter que está confiante na sensibilidade da presidenta aos interesses dos jovens. “Ela repetiu muitas vezes que a valorização do professor é um ponto chave. E afirmou que não tem dúvida de que para o Brasil melhorar a educação é prioridade. Segundo ele escreveu na rede social, Dilma apoiou a emenda dos 50% do Fundo do Pré-Sal para Educação. Porém, a assessoria de imprensa da presidenta não confirmou qualquer sinalização em favor das propostas. Foi dito que Dilma apenas recebeu os jovens e suas reivindicações.

A presidenta da Comissão de Educação e Cultura da Câmara dos Deputados, Fátima Bezerra, disse que o Plano Nacional de Educação vai exigir uma ampla discussão dentro do parlamento e que, “por isso, não pode ser aprovado a toque de caixa”.

Manifestação no RS

Ramiro Furquim/Sul21

Novas passeatas devem ser organizadas nos próximos dias em outros estados. No Rio Grande do Sul, a quinta-feira (24), também foi de mobilizações em frente ao Palácio Piratini. O governador Tarso Genro (PT) estava cumprindo agenda no momento da chegada do carro de som com cerca de 200 jovens da União Estadual dos Estudantes do RS (UEE). Porém, como o grupo não havia solicitado uma audiência prévia, não houve oportunidade na agenda para um encontro.

Ramiro Furquim/Sul21

Segundo a assessora de Movimentos Sociais do governo gaúcho, Ariane Leitão, uma data será ofertada para um diálogo plural, que contemple outras entidades além da que se manifestava nesta quinta. “Pretendemos ouvir os jovens, assim como ouviremos qualquer manifestante que estiver na frente do Palácio. Já estivemos do outro lado e não vamos deixar de receber propostas”, esclareceu a assessora.

O governo estadual espera novas caminhadas, que possivelmente devem ocorrer nesta sexta-feira (25), com um volume maior de jovens. O canal de comunicação com os movimentos foi estabelecido para mediar a chegada de manifestantes no Piratini, segundo Ariane, para evitar situações de constrangimento ou desrespeito com as categorias, “como já houve em outros governos”.

A UEE reivindicava a mesma pauta nacional, dos 10% do PIB e 50% do Fundo do Pré-Sal para a educação, mas acrescentou demandas locais. “Queremos que a Universidade Estadual do Rio Grande do Sul (Uergs) retome seu potencial de formação de profissionais e estamos sugerindo um Plano Estadual de Assistência Estudantil”, disse o presidente da UEE, Luiz Rafael Rodrigues.


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