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2 de março de 2011
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21:53

Em imagens, o protesto dos ciclistas no centro de Porto Alegre

Por
Sul 21
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Igor Natusch (texto) e Ramiro Furquim (fotos)

Ramiro Furquim/Sul21

Milhares de pessoas se reuniram na tarde de terça-feira (2) para protestar contra um dos mais rumorosos atropelamentos da história de Porto Alegre. De bicicleta, skate ou a pé, os manifestantes protestaram contra o ataque sofrido pelo movimento Massa Crítica na última sexta (25), no qual dezenas de pessoas foram atropeladas enquanto pedalavam pela José do Patrocínio, região central da capital gaúcha. O agressor, o funcionário do Banco Central Ricardo José Neis, fugiu em alta velocidade, deixando atrás de si um rastro de pessoas feridas e perplexidade. Para marcar a indignação com o acontecido e pedir uma mudança de atitude no trânsito, pessoas de todas as idades foram às ruas, em um protesto que marcou o começo de noite de Porto Alegre.

Ramiro Furquim/Sul21
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A concentração de ciclistas e simpatizantes do movimento Massa Crítica começou horas antes das bicicletas sairem do Largo Zumbi dos Palmares, região central de Porto Alegre. Enquanto pessoas chegavam de todos os lados, cartazes eram produzidos e gritos de guerra eram ensaiados. Alguns até mesmo se caracterizavam, cobrindo partes do corpo com bandagens ou pintando filetes de sangue no rosto, para representar as pessoas agredidas pelo Golf preto, alguns dias antes.

Ramiro Furquim/Sul21
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Ricardo Ambus, 23 anos, foi o único dos feridos mais graves a comparecer na marcha de ontem (1º). “A maioria está sem condições de andar (de bicicleta)”, disse Guilherme Schröder, um dos integrantes do movimento. E não apenas pelas lesões sofridas, mas também pelos traumas psicológicos decorrentes da agressão. “Sempre foi uma coisa pacífica”, admitiu Ricardo Ambus. “Às vezes nos xingavam, é algo normal, mas nunca imaginávamos que algo assim pudesse acontecer”.

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A marcha iniciou-se no Largo Zumbi dos Palmares, avançando pela José do Patrocínio e serpenteando Cidade Baixa adentro. Batedores da EPTC e da Brigada Militar desviavam o curso dos veículos para que a multidão avançasse dentro da noite de Porto Alegre. A reação dos que testemunhavam o protesto era, de modo geral, de silenciosa simpatia – o que não evitou manifestações ruidosas, tanto contra quanto a favor da movimentação. “A gente cansado do trabalho e não consegue ir para casa”, lamentou um motorista, na esquina da Lima e Silva com a André da Rocha. Alguns populares, do alto de uma janela na Borges de Medeiros, chegaram a jogar garrafas de plástico cheias d’água contra os manifestantes. Outros, porém, não negavam sua simpatia, buzinando no ritmo dos gritos de guerra e até mesmo dançando junto.

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O final da manifestação aconteceu diante da prefeitura de Porto Alegre. A multidão aglomerou-se na entrada do Paço Municipal, pedindo a oportunidade de conversar diretamente com o prefeito da capital. “Fortunati, cade você?”, cantavam os manifestantes. Subindo as escadarias que conduzem à entrada, integrantes da marcha ergueram cartazes e marcaram, com gritos e aplausos, o fim da manifestação. “Não queremos apenas que o cara (Ricardo José Neis) vá para a cadeia, mas que as coisas mudem de verdade”, disse uma das pessoas que seguiram a marcha até o fim. “De repente, essa história toda acaba servindo para a gente ter um pouco menos de violência no trânsito”, completou.

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Leia mais: Protesto contra atropelamento em massa reúne 2 mil pessoas em Porto Alegre


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