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18 de fevereiro de 2011
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13:23

Milhares de manifestantes pedem o fim da dinastia sunita que governa o Bahrein

Por
Sul 21
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Protestos no Bahrein

Jorge Seadi

Milhares de pessoas participaram, nesta manhã de sexta-feira (18), em Manama, capital do Bahrein, do funeral dos três mortos nas manifestações contra a dinastia sunita que governa o país que atacou os manifestantes na Praça da Pérola  com tanques e blindados de combate, deixando 231 feridos e prendendo centenas de outros.

Apesar do governo ter proibido, a partir de ontem (17), qualquer manifestação nas ruas do Emirado, a polícia e o exército ficaram distantes das demonstrações de dor durante o cortejo com os três corpos pelas ruas da capital. Milhares de pessoas levaram os caixões em uma onda de reclamações contra o governo e, pela primeira vez, contra o rei Hamad. O povo pede a saída da dinastia sunita comandada pelo rei Hamad há 40 anos.

Ahmed Makki Abu Taki, irmão de Mahmud, um dos mortos que está sendo enterrado hoje, disse que “havíamos apenas pedido a saída do governo, mas agora queremos que o rei também saia”. Os corpos dos três mortos estão sendo levados para o cemitério de Sitra, uma pequena cidade ao lado da capital do país. Após o sepultamento todos vão para uma mesquita, orar no dia sagrado para o islamismo (sexta-feira é o domingo dos árabes).

Além dos protestos nas ruas, a família real começa a enfrentar a oposição de destacados membros da comunidade sunita, que mantém o governo, e que parecem concordar com os pedidos da população. A pressão contra o regime aumentou nas últimas horas quando o maior líder religioso dos xiitas, Issa Qassem, qualificou a morte dos três manifestantes como “massacre”. Em um sermão para milhares de pessoas na mesquita xiita da cidade de Diraz, no noroeste do país, o clérigo advertiu que o “governo fechou todas as portas para o diálogo”.

E o governo não dá mostras de que deseja o diálogo. O ministro de Relações Exteriores, Jalid al Jalifa, disse que a ação do Exército foi necessária porque “as manifestações estavam polarizando o país e colocando o Bahrein à beira da guerra sectaria”.  Enquanto isto, líderes do movimento contra o governo se articulam para tomar a praça da Pérola como uma grande demonstração de força dos movimentos de oposição na manhã deste sábado. Observadores afirmam que a tomada da praça poderá provocar muita violência.    

  com informações do El Mundo, Espanha

 


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