Igor Natusch
O Instituto de Pesquisa Econômica Aplicada (Ipea) divulgou na quinta-feira (3) o estudo “Gasto com a Política Social: Alavanca para o Crescimento com Distribuição de Renda”. O estudo discute a importância dos gastos sociais para o crescimento do Produto Interno Bruto (PIB) e para a redução das desigualdades no Brasil. De acordo com o órgão, é a primeira vez que um estudo como esse é feito no país.
Entre os principais dados do documento, está a afirmação de que cada R$ 1 gasto com educação pública gera R$ 1,85 para o PIB, enquanto o mesmo valor investido na saúde gera R$ 1,70 no Produto Interno Bruto do país. A partir dessa informação, o Ipea defende investimentos nos dois setores como a melhor forma de aliar compromisso social e crescimento econômico no Brasil. Além disso, gastos de R$ 1 com o Bolsa Família gerariam R$ 2,25 de renda familiar, enquanto os benefícios da prestação continuada, destinados a idosos e portadores de deficiência com renda inferior a 25% do salário mínimo, gerariam R$ 2,20 para cada real investido.
“Em termos gerais, ampliar em 1% do PIB os gastos sociais, na estrutura atual, redunda em 1,37% de crescimento do PIB. Ou seja, é o tipo de gasto que tem mais benefícios do que custo”, diz Joana Mostafa, técnica de Planejamento e Pesquisa do Ipea. “O gasto social não é neutro, ele propicia crescimento com distribuição de renda. É um gasto que tem grande importância no desenvolvimento econômico e, no bem-estar social”, acrescenta Jorge Abrahão, diretor de Estudos e Políticas Sociais do Instituto.
O estudo desencoraja alguns tipos de gasto público, como os que envolvem a exportação de commodities agrícolas e atividades extrativas. “Apesar de agregarmos ao PIB 40% de cada real investido nessa área, os efeitos para a renda familiar são pequenos e limitados a R$ 1,04 para cada R$ 1 gasto”, declara Joana Mostafa.
Com informações do Ipea e da Agência Brasil
