Felipe Prestes
O Cpers Sindicato reúne o Conselho Geral Ampliado no dia 4 de fevereiro para discutir a campanha salarial, o calendário de mobilizações e como encaminhar as negociações com o governo. “Vamos definir o quê vamos reivindicar, quando vamos reivindicar e de que forma vamos reivindicar”, explica a presidente do Cpers, Rejane de Oliveira. A reivindicação salarial, porém, já está definida: a entidade mantém a busca pelo cumprimento do piso nacional.
O Conselho Ampliado reunirá 87 conselheiros, 42 diretores de núcleos regionais, 15 membros da diretoria. E cada um destes participantes poderá levar consigo um convidado. “Faremos este conselho maior para a gente poder acumular coletivamente e fazer o bom debate da campanha salarial”, afirma a presidente do Cpers.
As reivindicações da entidade não devem mudar após a discussão do Conselho. Existe uma plataforma de 17 pontos que foi aprovada em agosto de 2010. Na pauta da entidade, além da questão do piso nacional, estão a realização de concursos públicos, a liberação dos dirigentes para atividades sindicais — que havia sido reduzida pela ex-governadora Yeda Crusius –, a efetivação de promoções e a manutenção do plano de carreira. “Temos 17 pontos que fazem parte de nossa plataforma, que nós não podemos abrir mão”, diz Rejane.
Calendário
As principais definições do Conselho Geral Ampliado serão a dos calendários relativos à campanha salarial que o Cpers promove todos os anos. A entidade deve definir, neste encontro, um calendário de negociações com o governo do estado e, também, a forma como encaminhará estas negociações. “Assim que o Conselho definir a data, vamos oficiar ao governo. Pretendemos abrir o processo de diálogo o mais rápido possível”, afirma Rejane.
O Cpers vai decidir também um calendário de mobilizações. “Sempre que fazemos uma reivindicação, ou abrimos um processo de negociação, fazemos isso com mobilização. Então, para fazer a campanha salarial, também temos que fazer o calendário de mobilização”. A principal mobilização será a assembleia geral, cuja data também será definida na reunião do Conselho. A ideia de Rejane de Oliveira é de que a assembleia seja realizada ainda em março.
Desta assembleia, podem participar todos os associados ao sindicato. Rejane explica que a pauta da assembleia geral varia de acordo com a conjuntura. “Se tivermos uma proposta do governo, é para avaliar a proposta. Se o governo não apresenta nenhuma proposta, é para desencadear o processo de negociação. Se tiver algum ataque dos nossos direitos, é para fazer o enfrentamento”, exemplifica.
Sem STF
Hoje, o piso nacional é de R$ 1.312 para 40 horas semanais, ou metade disto (R$ 656) para 20 horas. O básico para o professor gaúcho é de R$ 356 para 20 horas, pouco mais que a metade do piso nacional. Rejane de Oliveira vê como um bom sinal a notícia de que o governo Tarso quer retirar a Ação Direta de Inconstitucionalidade (Adin) que fora ajuizada pela ex-governadora Yeda Crusius no STF, contestando o piso nacional. Entretanto, a presidente do Cpers diz que a melhor demonstração que o governo Tarso pode dar de que é a favor do piso é pagá-lo aos professores. “Se o governo entende que é justo o piso, ele não precisa esperar o resultado do STF. Basta pagar. A manifestação concreta do governo Tarso de contrariedade à Adin, deve ser implementando o piso no RS”, diz.
Rejane de Oliveira conta que o governador teria prometido cumprir com o piso, e atender outras reivindicações da entidade, em debate realizado pelo Cpers durante a campanha eleitoral, e também em um documento. “O Tarso, durante sua participação no debate do Cpers e em um documento assinado por ele, que foi enviado para nós, se compromete a pagar o piso e a liberar os dirigentes sindicais”.
Assim, a líder sindical acredita que o governador irá cumprir com estas promessas. “Já temos o compromisso de Tarso, tanto pessoalmente, quanto por escrito, dizendo que vai garantir estas questões. Acreditamos que, se ele prometeu, agora deverá cumprir”.