Jorge Seadi
Na época de maior movimento nos aeroportos brasileiros, as empresas aéreas e sindicatos do setor discutem o dissídio coletivo. Uma reunião hoje (21), em Brasília, tentará fechar um acordo que evite a greve prevista para o dia 23, antevéspera do Natal. O encontro será no Ministério Público da capital.
Os aeronautas (tripulantes e comissários de bordo) e os aeroviários (pessoal de terra) querem aumento salarial de 15% e 13%, respectivamente, além de 30% de reajuste para os que recebem o piso. As empresas oferecem 6,08% e nas diversas reuniões anteriores não houve acordo. As empresas aéreas também querem a troca de data do dissídio para abril. Os sindicatos dos funcionários não aceitaram a proposta e mantiveram indicativo de greve para o dia 23. Pela primeira vez as duas categorias prometem greve conjunta. Se o acordo de hoje fracassar, o Brasil poderá ter o pior final de ano nos aeroportos, a maioria já com estrutura insuficiente para atender a demanda. Em Porto Alegre, por exemplo, as companhias WebJet e Azul passaram a utilizar o terminal antigo que estava desativado para atender a demanda. O uso deste terminal obriga os passageiros a acessar os aviões por escada enquanto no novo terminal o acesso as aeronaves é feita através de “fingers”.
Segundo os trabalhadores, a greve só não acontecerá se as companhias aumentarem a proposta de reajuste salarial. Eles afirmam que vão respeitar a legislação, a qual determina que 30% do pessoal mantenha a operação. As empresas aéreas, através de seu sindicato, afirma que a proposta de reajuste oferecida aos trabalhadores tem como base o INPC ( Índice Nacional de Preços ao Consumidor).
As empresas não acreditam na greve e, por isso, não tomaram nenhuma medida para amenizar as consequências de uma possível paralisação. A Agência Nacional de Aviação Civil (Anac) afirma que as empresas devem comunicar com antecedência aos passageiros sobre eventuais cancelamentos provocados pela greve, além de devolver o dinheiro da passagem. Se não fizer contato, a companhia terá que arcar com despesas de telefone ou internet, alimentação, transporte e hospedagem aos clientes prejudicados.
Com informações do UOL