Nubia Silveira
Por 16 votos a cinco, o Órgão Especial do Colégio de Procuradores do Ministério Público do Rio Grande do Sul decidiu punir o promotor Ricardo Herbstrith, transferindo-o do local onde atua na Promotoria Especializada Criminal. A decisão inédita do MP foi tomada na segunda-feira, 18, dando fim ao processo administrativo em que a procuradora de Justiça Cristiane Todeschini alegava ter sido investigada por Herbstrith, numa evidente quebra de hierarquia, já que um procurador só pode ser investigado pelo procurador-geral. O processo tramitava há mais de quatro anos.
O problema teria iniciado durante uma investigação sobre divisão de salário entre duas ex-funcionárias do gabinete de Cristiane Todeschini. Uma delas, concursada, com remuneração inferior, pedia parte do salário da outra, contratada como CC (cargo em comissão), que ganhava mais. Uma foi demitida e a outra pediu exoneração.
A Rádio Gáucha, que deu a notícia, entrou em contato com os dois envolvidos no caso. O promotor Herbstrith negou ter investigado a procuradora. Disse que não cometeu qualquer irregularidade, tendo investigado apenas as funcionárias. No entanto, os procedimentos adotados por ele na condução do inquérito foram considerados irregulares pelo Órgão Especial do MP.
Herbstrith, que passará a atuar num cartório de Porto Alegre, especializado em mediar conflitos dométicos, estuda a possibilidade de mover uma ação para se manter onde está.
A procuradora de Justiça Cristiane Todeschini não quis comentar o assunto. E o Ministério Público, por meio da assessoria de imprensa, informou que não falará sobre o caso.
Com informações da Rádio Gaúcha e da Assessoria de Imprensa do MP
