Jorge Seadi
O resgate dos 33 mineiros chilenos foi motivo de vibração e comoção, mas especialistas dizem que o governo chileno foi negligente e poderia ter evitado o acidente.
O presidente do Chile, Sebastián Piñera, que está na Inglaterra, disse hoje que seu país vai assinar e ratificar o convênio sobre segurança e saúde das minas da Organização Internacional do Trabalho (OIT).
O convênio, que data de 1995, trata das práticas de segurança em minas e permite ao trabalhador denunciar as condições de segurança sem medo de perder o emprego. Já foi ratificado por 20 países, mas o Chile não assinou. Piñera diz que assumiu o governo em março e está trabalhando para melhorar as condições das minas chilenas.
Não somos heróis, somos vítimas
No Chile, o mineiro Franklin Lobos disse que “não somos heróis, somos vítimas dos empresários que não investem na segurança das minas”.
Lobos, um ex-jogador de futebol de 53 anos, disse que ele e seus 32 companheiros que ficaram soterrados na mina São José acreditavam que “a companhia San Esteban, proprietária da mina San José, ia deixá-los no fundo da mina depois do desmoronamento de 5 de agosto”.
“A grande maioria pensou que a empresa ia nos deixar lá. Sairia mais barato deixar a gente morrer do que resgatar”. Ele lembrou que o grupo nunca perdeu a esperança de sair, mas “sabíamos que não dependia da gente. Nós não podíamos sair sozinhos”.
Segundo o ex-jogador, o barulho das perfuradoras animava o grupo e que alguns choraram quando uma das perfuradoras “passou da área onde nós estávamos”. Com relação ao futuro, o mineiro diz disposto a continuar trabalhando em minas porque “foi o trabalho que permitiu sustentar a família nos últimos quatro anos”.
Com informações do El País