Felipe Prestes
A campanha pró-José Serra no Rio Grande do Sul está apostando forte na presença de líderes de outros estados em solo gaúcho, para mobilizar o eleitorado. Quatro políticos desembarcam no estado entre hoje (18) e amanhã (19) para participar de encontros e engrossar a campanha serrista. Nomes de maior peso, como o ex-governador de Minas Gerais Aécio Neves e o governador eleito de São Paulo, Geraldo Alckmin, devem vir ao estado, nesta ou na próxima semana. Além deles, duas lideranças gaúchas devem reforçar a campanha, a partir desta terça-feira (19): os candidatos derrotados ao governo do estado José Fogaça, e ao Senado, Germano Rigotto, ambos do PMDB.
Na noite desta segunda-feira (18) desembarca no estado o presidente nacional do PPS, Roberto Freire, para participar de encontro com empresários em Novo Hamburgo. Amanhã, Freire estará em almoço no restaurante Galpão Crioulo, em Porto Alegre, organizado pelo Movimento de Mulheres RS com Serra. À tarde, três catarinenses vitoriosos no primeiro turno vão participar de encontro no Hotel Sheraton: o governador eleito de Santa Catarina, Raimundo Colombo (DEM), e os senadores eleitos Luiz Henrique Silveira (PMDB) e Paulo Bauer (PSDB).
O comitê suprapartidário de apoio a Serra faz esforço para ter em campanha pelo tucano no RS candidatos vitoriosos ao governo e ao senado em outros estados. O próprio José Serra esteve no estado na semana passada, bem como o seu candidato a vice-presidente Índio da Costa (DEM). José Serra viria ao estado nesta terça-feira (19), mas precisou cancelar a visita. porque vai conceder entrevista ao vivo, à noite, para o Jornal Nacional, da Rede Globo. Ainda assim, Serra deve fazer pelo menos mais uma visita ao estado.
Mas, como Serra e Índio precisam rodar o país, a ideia dos apoiadores do tucano no estado é suprir a campanha com a vinda de outros nomes de fora do estado para dar visibilidade à campanha tucana e ajudar na mobilização. “São presenças que motivam e movimentam os partidos, a militância e também mexem com a população”, afirma o deputado federal Ibsen Pinheiro (PMDB). Ibsen ajudou articular a vinda de Luiz Henrique, colega de partido, e seu amigo. Ele explica que é natural estreitar os laços com correligionários de Santa Catarina, pela proximidade, e também porque a eleição catarinense também terminou no primeiro turno. “É mais difícil trazer lideranças que estão envolvidas com segundo turno em seus estados”.
Isso não exclui, portanto, a vinda de gente como o ex-governador de Mins Gerais Aécio Neves e o governador eleito de São Paulo, Geraldo Alckmin, pois as eleições em seus estados também foram definidas no primeiro turno. O deputado federal eleito Osmar Terra (PMDB) revela que Aécio Neves já está convidado para vir ao estado e “manifestou desejo” de visitar o Rio Grande do Sul. Terra também conta que conversou com Alckmin na semana passada sobre possível visita ao estado e que está sendo elaborada agenda para visita do futuro governador paulista.
Terra considera importante a vinda de lideranças de outros estados para “movimentar” a campanha e dar mais “divulgação” à mobilização. Ele destaca a vinda do colega de partido Luiz Henrique Silveira (PMDB). “Depois de oito anos como governador de Santa Catarina, se elegeu ao Senado. Emerge como nova liderança nacional do PMDB”, afirma.
Descida do muro
Corre na imprensa a informação de que, no encontro da tarde de terça-feira (19) no Hotel Sheraton, os peemedebistas José Fogaça e Germano Rigotto podem abrir seu voto a favor da candidatura tucana. O colega de partido Osmar Terra não confirma a informação. Afirma que é possível que Rigotto e Fogaça aguardem, por exemplo, nova vinda de Serra ao estado, para dar mais visibilidade ao apoio. Mas também não descarta que os dois possam declarar apoio a Serra nesta terça-feira.
Osmar Terra acredita que se Rigotto e Fogaça abrirem o voto até o início da próxima semana ainda terão tempo suficiente para contribuir com a campanha. Apoios do ex-governador Rigotto e do ex-prefeito de Porto Alegre José Fogaça devem dar mais peso à campanha no estado. “Os deputados eleitos estão trabalhando muito, já temos a governadora Yeda. Com Fogaça e Rigotto acredito que fica completo o time”, diz Terra.
