Jorge Seadi
O interesse em investir em ativos fixos, a valorização das commodities e a perspectiva de que as terras que produzem alimentos tornem-se as mais valorizadas, está provocando uma nova corrida de estrangeiros para comprar terras uruguaias.
“O mercado está muito aquecido porque há uma equação que sempre dá certo: altos preços das matérias primas, elevados valores dos produtos agropecuários e a depreciação do câmbio” disse Sebastián da Silva, corretor de terras do Uruguai.
Esta situação está colocando o mercado de terras nas primeiras posições como opção de investimentos e está atraindo produtores interessados em investir no Uruguai.
Apenas no primeiro semestre deste ano se registraram 950 operações de compra e venda (9,3% a mais que igual período de 2009) totalizando 180 mil hectares de terra (25% a mais) e somando US$ 451 milhões, 37% a mais do que o negociado nos primeiros seis meses de 2009, segundo dados da Diretoria de Estatísticas Agropecuárias.
Entre os interessados nas terras uruguaias estão países como Irã e Qatar. Os dois países querem desenvolver projetos conjuntos com o Uruguai na produção e desenvolvimento de técnicas agrícolas.
A preocupação do governo do presidente José Mujica com a procura por terras não é nova, mas agora está em preparação uma nova lei que regulamente a compra de terras por parte de estrangeiros.
Na verdade, dizem os operadores, só houve interesse verbal, “nenhuma oferta oficial de governos chegou”. A estas intenções se juntaram as visitas de 230 empresários da Arábia Saudita e da Colômbia a procura de troca de informações e também de investimentos.
O governo uruguaio não tem em mãos o número exato de terras já compradas por estrangeiros, mas com base no Censo Agropecuário de 2000 a estimativa é que 11% do território uruguaio estão nas mãos de proprietários de fora do país.
Segundo os corretores, o preço de um hectare na região do litoral varia entre 7 e 9 mil dólares. Mas nesta região está muito difícil encontrar terras para comprar.
Nos últimos 20 anos os fortes investimentos em terras foram de fábricas de celulose que compraram grandes áreas de terra nos municípios de Paysandu, Rocha e Tacuarembó, região muito próxima da fronteira com o Rio Grande do Sul.
Com informações do El País
