Jorge Seadi
A revogação da lei que proibia fazer humor e caricatura de políticos, na véspera do primeiro turno, foi um dos fatores que contribuiram para o Brasil subir 13 postos no ranking mundial de liberdade de expressão, medida pela organização mundial Repórteres sem Fronteira. Anualmente, a Organização publica um relatório sobre o estado de liberdade de expressão no mundo. O novo randking foi divulgado nesta quarta-feira (20).
O responsável pela ONG Repórter Sem Fronteiras nas Américas, Benoit Hervieu, afirmou que, além das eleições, contribuiu para a melhora brasileira no ranking a “ausência de violência grave contra a imprensa, maior sensibilização do poder público ao acesso à informação e o fato de o Brasil ter uma das comunidades mais ativas na internet.”
No capítulo intitulado “Crescimento econômico não quer dizer liberdade de imprensa”, o Brasil foi o único país do grupo dos BRICs – Rússia (140º), Índia (122º) e China (171º) – a crescer no ranking, subindo 13 posições e ocupando o 58º lugar.
O representante da ONG, Benoit Hervieu, lembrou que, mesmo com os dados mostrando uma melhora brasileira na questão da liberdade de imprensa, ainda existem muitos problemas ligados à realização do trabalho jornalístico no país. “Ainda existe uma forte censura prévia no Brasil. Nos últimos anos, vimos uma multiplicação de ataques neste sentido”.
Para Hervieu, as medidas judiciais que impedem que a mídia divulgue nomes e sobrenomes em determinadas matérias são “ridículas”, e que a Justiça brasileira sofre influência política.
Finlândia, Islândia, Holanda, Noruega, Suécia e Suíça aparecem empatados em primeiro lugar no ranking mundial. Coreia do Norte e Eritreia são os países que “fecham” a lista como países praticamente com uma imprensa sem liberdade.
Com informações do Portal Imprensa
