Milton Ribeiro
A direção do Partido Verde deseja que a senadora Marina Silva se encontre com os candidatos à presidência da República Dilma Rousseff (PT) e José Serra (PSDB) na mesmo data, antes de 17 de outubro, quando o a legenda decidirá em convenção se apoia um dos dois candidatos ou se mantém neutralidade no segundo turno da eleição presidencial.
Alfredo Sirkis, deputado federal eleito pelo Rio de Janeiro e vice-presidente nacional do PV, declarou que a intenção dos encontros no mesmo dia é impedir que haja especulação sobre suposto privilégio a um dos concorrentes. Os encontros devem ocorrer na segunda metade de próxima semana, às vésperas da convenção.
A partir de amanhã, o grupo de campanha de Marina Silva se reúne em São Paulo a fim de redigir um resumo do programa de governo do partido, que será proposto a Dilma e Serra.
“Queremos chegar ao que seria um programa mínimo para a gente discutir com os candidatos. Antes, ele será submetido à coordenação nacional. Depois aos dois candidatos e a partir desse momento, nós estaremos abertos a nos encontrar com eles. Preferimos que seja no mesmo dia, para não gerar nenhuma especulação”, afirmou.
Segundo João Paulo Capobianco, que coordenou a campanha de Marina e é membro da Executiva Nacional do PV, a decisão irá além do partido e que membros da sociedade civil também serão ouvidos.
“Teremos uma forma de decisão que amplia os setores que não são filiados ao PV. Essa discussão de como vai ser o eventual apoio parte de um pressuposto de que os votos não são nossos, de Marina, mas de uma proposta. É uma decisão política, que passa longe de cargos e ministérios”, afirmou.
O vice-presidente Sirkis afirmou que aqueles que não concordarem com a decisão do partido poderão apoiar outro candidato, mas sem autorização para utilizar os símbolos da legenda. “Aqueles que forem derrotados na convenção poderão tomar a decisão pessoal que quiserem. Porém, sem os símbolos partidários”.
De acordo com Sirkis, “Marina tem disciplina, organicidade e cacife político” para acompanhar a decisão do partido, mas não descarta que ela tome uma decisão própria. “Eu diria que hoje ela está mais próxima de acompanhar uma decisão do PV, mas é preciso aguardar. Ela vai ter na convenção um momento extremamente importante para expressar a sua posição.”
Com informações do Terra