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28 de setembro de 2010
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13:18

Datafolha aponta possibilidade de segundo turno, cientistas políticos analisam

Por
Sul 21
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Rachel Duarte

A candidata do PT à Presidência da República, Dilma Rousseff, se mantém como favorita a vencer as eleições no primeiro turno, segundo pesquisa Datafolha divulgada nesta terça-feira (27). Porém, o levantamento indicou uma queda de três pontos da petista, que aparece com 51% dos votos válidos. O segundo colocado, o candidato do PSDB, José Serra, aparece com 32% e Marina Silva (PV) com 16 %.

A soma dos demais candidatos, que era de 46%, agora é de 49%. Se considerada a margem de erro da pesquisa, que é de 2 pontos para mais ou para menos, o fim da corrida presidencial no próximo domingo passa a ser incerto. Dentro da margem de erro a candidata petista pode oscilar de 49 para 53 por cento. Já a soma dos demais candidatos variaria de 47 a 51 por cento.

De acordo com a sondagem, Dilma caiu de 49% das intenções de voto, apuradas há cinco dias, para 46%. Serra manteve os 28 registrados na pesquisa anterior. Na avaliação do doutor em Ciências Sociais pela Unicamp, Benedito Tadeu Cesar, o resultado da pesquisa pode ser considerado um reflexo da carga negativa das denúncias contra a candidata Dilma Rousseff.

“Nenhuma pesquisa se altera instanteamente, isso tem um tempo de maturação. Como já se percebia nos trackings diários, a oscilação já havia iniciado, mas a Dilma nunca tinha ficado abaixo de 49%. Então, este resultado de 46% surpreende”, afirmou.

Para o cientista político Tarso Ñunez, a oscilação é questionável, uma vez que o instituto de pesquisa sempre apontou resultados diferentes dos demais. “Quando a Dilma ultrapassou os demais candidatos, isso em maio, o Datafolha tardou em um mês na mesma aferição. E ainda, quando publicou, apresentou um levantamento de empate técnico”, afirmou.

Ñunez argumenta ainda que as recentes posturas do jornal Folha de São Paulo, dos mesmos empresários do Datafolha, “é politizada e partidária”, portanto, desconfia da veracidade do resultado da pesquisa.

Tadeu Cesar discorda e defende que é importante considerar o recente estudo, pois, “o instituto não se contaminou com a postura do jornal paulista”. “É um instituto confiável e ainda está em tempo de uma possível mudança no cenário. Estamos há uma semana da eleição,  mas tem os últimos programas no rádio e na TV e a faixa dos quase 30% de indecisos que vão decidir diante deste contexto o seu voto”, alertou.

Mais uma vez os cientistas políticos não concordam, pois, Tarson Ñunez diz que dificilmente o cenário modifica até o dia 3 de outubro. Ele acredita que, mesmo com o importante debate da Rede Globo esta semana, a pauta dos escândalos não atinge as classes menos politizadas ou periféricas. “Há estudos que indicam que as classes sociais mais baixas não se informa com esse tipo de denúncia. E isso, só reforça o aumento de Dilma”, acredita.

Segundo turno

Segundo a pesquisa Datafolha, em um segundo turno entre Dilma Rousseff (PT) e José Serra (PSDB), a vantagem petista também caiu. Na pesquisa anterior feita pelo Datafolha, entre 21 e 22 de setembro, ela aparecia com 55% das intenções de voto, e agora aparece com 52%. Serra oscilou para cima na simulação de um segundo turno, e foi de 38 para 39 por cento.

Na avaliação do cientista político Benedito Tadeu Cesar, essa tendência vem do discurso dos adversários que estão apelando para mais tempo de debate junto a sociedade. Mas, questiona: “Debate é o que vem acontecendo até agora”. Tadeu Cesar ressalta que “mais do que ter ou não um segundo turno, uma vez que um governo não governa sozinho, é ter atenção com as definições do Congresso Nacional”.

O Datafolha ouviu para esta pesquisa 3.180 pessoas em 202 municípios na segunda-feira, 27 de setembro. A margem de erro da pesquisa é de dois pontos percentuais para mais ou para menos.


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