Jorge Seadi
Pela primeira vez, mais da metade da população compõe a classe média do país. Aproximadamente 3,1 milhões de pessoas das classes D e E migraram para o segmento C entre 2008 e 2009. Desde o ano passado, 94,9 milhões de pessoas fazem parte da classe média, ou um total de 50,5% da população brasileira. Os dados são da pesquisa “A Nova Classe Média: o lado brilhante dos pobres”, do Centro de Estudos Sociais da Fundação Getúlio Vargas (FGV). A entidade considera a classe C famílias com renda mensal de R$1.126,00 a R$4.854,00; classe B, renda de R$4.854,00 a R$ 6.221,00 e no topo da pirâmide social (classe A) os rendimentos acima deste valor.
“2009 definitivamente não foi um ano de crise nas estatísticas sociais”, afirmou Marcelo Neri, autor da pesquisa e chefe do Centro de Estudos Sociais da Fundação Getúlio Vargas.
Pesquisas anteriores baseadas nas dez maiores capitais brasileiras já mostravam o crescimento da classe média num ritmo acelerado. Mas é a primeira vez que a FGV aponta para uma classe média com mais de 50% da população a partir da Pesquisa Nacional por Amostragem de Domicílios (PNDA) A pobreza representada pela classe E com 28,8 milhões de pessoas, recuou 4,34% em plena crise econômica. Também aumentou o espaço na pirâmide social as classes B (3,49%) e A (0,18%). A transferência dos mais pobres para os espaços mais abastados da pirâmide retrata segundo Neri, o crescimento econômico combinado com a distribuição de renda. Se por um lado o PIB não cresceu em 2009, a renda do trabalhador brasileiro ficou 2% maior.
Fonte: IG