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10 de setembro de 2010
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21:50

Caso Banrisul: investigações da Polícia Civil não saem do lugar

Por
Sul 21
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Igor Natusch

A Polícia Civil tenta participar das investigações sobre o desvio de verbas de marketing do Banrisul, mas aparentemente vai enfrentar dificuldades para fazer o inquérito decolar. Segundo o delegado de Crimes Fazendários do Departamento Estadual de Investigações Criminais (Deic), Rodrigo Bozzetto, a solicitação de documentos e provas feita para a força-tarefa da Operação Mercari da Polícia Federal segue sem resposta. Com a falta de elementos para basear a investigação, o processo civil, que busca apurar responsabilidades no desvio, segue parado, sem possibilidade de investigações complementares.

“Encaminhei ofício solicitando cópia de documentos que deram suporte à investigação e de provas coletadas posteriormente, mas até o momento não recebi resposta”, garante Bozzetto. Também foram solicitados documentos pertencentes ao Banrisul como subsídio para as investigações. A intenção do delegado é acessar os documentos no começo da próxima semana. Depois, Bozzetto pretende interrogar os suspeitos de participação no esquema, de forma a cumprir o prazo máximo de conclusão do inquérito, de 30 dias.

Os dados solicitados por Bozzetto já foram acessados pelo Tribunal de Contas do Estado (TCE). Os dois auditores do TCE encarregados da análise devem levar dois meses para concluir o trabalho na documentação obtida pela Operação Mercari.

O esquema envolve a superintendência de marketing do Banrisul e nomes ligados a duas agências de publicidade, a DCS e a SLM. Licitações superfaturadas seriam aprovadas pela superintendência, com o trabalho sendo executado por empresas terceirizadas por valores muito abaixo dos contratados com o banco. Foram detidos o superintendente do Banrisul, Walney Fehlberg; um dos sócios da DCS, Armando D’Elia Neto; o representante da SLM, Gilson Storck; e Davi Antunes de Oliveira, empresário acusado de ser operador dos desvios e de receber propinas que viabilizavam o esquema. Os quatro foram soltos nessa semana pela Justiça, e aguardarão em liberdade o andamento das investigações.

Banrisul

Enquanto lida com as repercussões negativas do episódio, o Banrisul tenta controlar ao menos parte das reclamações de seus funcionários, que trancaram o acesso à superintendência do banco na manhã de ontem (9). O presidente da instituição, Mateus Bandeira, enviou comunicado aos funcionários informando que o pagamento da RV1 – Remuneração Variável – será feito nesta sexta (10). São R$ 7,5 milhões ao todo, provenientes do desempenho do banco no primeiro semestre de 2010, que serão divididos entre o quadro funcional do Banrisul.

O diretor da Federação dos Bancários do Rio Grande do Sul (Fetrafi-RS), Amaro Souza, destaca que o pagamento da RV1 não será suficiente para desmobilizar a categoria. “Estamos iniciando a Campanha Salarial e há muitos objetivos a serem atingidos. Enquanto maior quadro de bancários no Estado, temos um grande poder de pressão e a direção do banco sabe disso”, assegura.


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