Últimas Notícias>Internacional|Noticias
|
11 de maio de 2010
|
12:23

Mercosul e União Europeia reabrem possibilidade de acordos econômicos

Por
Sul 21
[email protected]

Em tempos de crise do euro, países do Mercosul reiteram a vontade de avançar nas negociações com a União Européia (UE) para alcançar um acordo de livre comércio “compreensivo e equilibrado”, como informa o governo argentino, que detém a presidência do bloco no momento. Segundo a Agência Reuters, a Argentina teria lançado comunicado afirmando que “um acordo de parceria não só vai permitir fortalecer as trocas comerciais, como abrir novas oportunidade para os setores produtivos do Mercosul no importante mercado”. O embaixador brasileiro junto ao Mercosul, Régis Arslanian, anunciou nesta segunda-feira (10), em Montevidéu, que foram oficialmente reiniciadas as negociações entre o Mercosul e a União Européia.


O anúncio foi feito no prédio do antigo Parque Hotel, na capital uruguaia, onde parlamentares brasileiros estão reunidos para encontro do Parlasul (Parlamento do Mercosul). De acordo com o embaixador brasileiro, o Mercosul apresentou aos europeus a proposta de tarifa zero na venda de quase 90% de seus produtos, incluindo os do setor automotivo. A União Européia, por sua vez, teria oferecido ao Mercosul preferência tarifária em 95% dos produtos negociados. Mas os países do sul querem mais: de acordo com Arslanian, o Brasil pediu o aumento das cotas de carne, frango, açúcar, etanol e da maioria de produtos agrícolas que o bloco pode exportar para a Europa.

A reabertura das negociações foi divulgada após a Comissão Européia ter reconhecido, segundo a agência espanhola EFE, que um acordo de parceria entre a UE e o Mercosul poderia significar “grandes perdas” para a agricultura comunitária. As tratativas entre ambas as partes, iniciadas há uma década, estão estagnadas desde 2004 por diferenças a respeito de questões comerciais. A nova geografia econômica do mundo, que se confirma após a crise financeira de 2008, acabou gerando maior interesse na retomada desse processo.

De qualquer forma, o eventual acordo comercial deve enfrentar forte oposição de produtores rurais da União Européia, temerosos de uma invasão de importações baratas da Argentina e do Brasil. Por isso, o tratado teria dificuldades para ser aprovado no Parlamento Europeu. O presidente da Comissão Européia, José Manuel Barroso, disse à Reuters que a retomada das negociações será acompanhada de condições específicas. “Vamos resolver qualquer impacto adverso sobre certos setores com medidas específicas, em particular na agricultura”.

Segundo a AFP, as negociações comerciais reaqueceram, mas com forte oposição da França, que encara um acordo como ameaça para a agricultura francesa e de outros países da UE. O governo francês concorda que o tema em questão é a agricultura e indicou em um comunicado divulgado na quarta-feira (5) que se opõe a uma retomada destas negociações, “que podem prejudicar a agricultura francesa e europeia”. As preocupações estão relacionadas principalmente aos setores de criação de gado e aves, e de produção de açúcar, etanol e cereais. De qualquer forma, as tratativas devem ser oficialmente relançadas no dia 17 de maio, em reunião entre os dois blocos em Madri.

Fonte: (Agências Reuters, AFP e EFE)


Leia também
Compartilhe:  
Assine o sul21
Democracia, diversidade e direitos: invista na produção de reportagens especiais, fotos, vídeos e podcast.
Assine agora