Da Redação (*)
Mulheres do Movimento dos Trabalhadores Rurais Sem Terra (MST) e do Movimento Camponês Popular (MCP) ocuparam, na manhã desta quarta-feira (13) a fazenda Agropastoril Dom Inácio, em Anápolis, entre os distritos de Interlândia e Souzânia, no interior de Goiás. A área tem em torno de 600 hectares e fica próxima à rodovia GO-433. A ação faz parte da Jornada Nacional de Lutas das Mulheres Sem Terra que começou na última semana com mobilizações em todo país. As mulheres sem terra decidiriam ocupar um território que, na avaliação delas, é fruto do abuso, do estupro e da violência.
Mulheres Sem Terra ocupam fazenda de João de “Deus”
Neste momento, mulheres do MST e do MCP ocupaam a fazenda Agropastoril Dom Inácio, em Anápolis
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— MST Oficial (@MST_Oficial) March 13, 2019
João Teixeira de Farias, também conhecido como João de “Deus”, ficou famoso no país e no mundo por oferecer desde 1976 supostos tratamentos de saúde mediúnicos. Em dezembro de 2018 ele foi acusado de abuso e violência sexual. Mais de 500 mulheres já procuraram a polícia e o Ministério Público de Goiás para denunciar abusos cometidos, que aconteciam em sua maioria, durante os atendimentos na Casa Dom Inácio de Loyola, em Abadiânia (GO). Além das denúncias no estado, mulheres de diferentes regiões do Brasil e de mais seis países também relataram abusos. Preso preventivamente desde dezembro de 2016, João de “Deus” é acusado de estupro, estupro de vulnerável, violação sexual mediante fraude, estelionato, coação e corrupção de testemunhas.
“João do latifúndio”
João de “Deus” acumulou riqueza com a sua “carreira mediúnica”. Segundo levantamento realizado pela Folha de São Paulo em cartórios da região de Goiás, são 27 registros de imóveis em nome do “João curador”. Destes, 23 estão na área urbana, totalizando 19.725 m², e quatro na zona rural, com 703 hectares, o equivalente a 985 campos de futebol. Além de aplicações, empresas, carros, casas, fazendas, um avião Seneca II de seis lugares, também explora um garimpo de ouro em Nova Era, Minas Gerais. Em depoimento formal à polícia, o acusado afirmou ter seis fazendas em Goiás: Crixás, Itapaci, Anápolis, São Miguel, Pirenópolis e Abadiânia.
(*) Com informações do MST.