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21 de janeiro de 2019
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15:58

MPA realiza V Festa da Semente Crioula em Seberi

Por
Sul 21
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MPA realiza V Festa da Semente Crioula em Seberi
MPA realiza V Festa da Semente Crioula em Seberi
Divulgação

Marcos Corbari – MPA

O Movimento dos Pequenos Agricultores (MPA) e a Cooperbio – cooperativa camponesa da qual famílias da base do movimento são participantes – estão divulgando a programação da quinta edição da Festa da Semente Crioula. Em 2019, a atividade será realizada no dia 2 de fevereiro (sábado), na sede da Cooperbio (na Tesoura, em Seberi-RS, 2km da BR 386). Atividades de formação, informação e integração estão no programa, que contará ainda com amostra e partilha de sementes crioulas, rodadas de conversa, feira agroecológica com feirantes de toda região, apresentações culturais e, claro, o tradicional almoço com cardápio típico camponês elaborado a partir de alimentos agroecológicos, produzidos sem veneno. Delegações de todas as regionais do MPA no RS e também de SC, bem como representantes de outros estados e países já confirmaram presença na festa.

– A semente é a base do alimento, todo alimento é antes uma semente -, explica a bióloga e dirigente do MPA Débora Varoli. Para ela a festa representa uma aliança entre o campo e a cidade pela soberania alimentar, onde os camponeses convidam a todos e todas para participar da refeição, estendemos a sua mesa em direção a qualquer pessoa que queira provar e comprovar que é possível e necessário produzir alimento sem veneno, sem adubos químicos, sem manipulação genética e com respeito ao meio ambiente. “Desde 2013 nós realizamos a Festa da Semente Crioula, celebrando a vida, a produção, a colheita e a cultura camponesa”.

Militância em defesa da vida

Irene Reis da Silva, camponesa e militante da base do MPA também destaca o simbolismo da semente para o campesinato: “Nós plantamos, colhemos e preservamos a semente para compartilhar, assim compreendendo que cuidar da semente significa cuidar da própria vida”. Ibanez Gonçalves, camponês e também militante da base do MPA explica como é diferente a relação que o camponês estabelece com a semente, daqueles que se dedicam exclusivamente aos pacotes agroquímicos: “Para a agricultura comercial as sementes são uma espécie de dinheiro, uma forma de agregar capital; na agroecologia nós entendemos que as sementes e as mudas são vida, são bens comuns que devem ser preservados, multiplicados e compartilhados”.

Atualmente a área onde está instalada a Cooperbio é certificada como produtora orgânica, contendo experimentos voltados à agroecologia e servindo de centro de formação para camponeses e camponesas de todo o Rio Grande do Sul, de outros estados do Brasil e até do exterior interessados em sistemas produtivos que se integram à natureza, interpretam o presente pelo viés da sustentabilidade e o futuro com respeito ao ciclo natural da vida. Na Festa da Semente se renova o desafio dos camponeses e camponesas que com seu trabalho e sua luta buscam diariamente garantir a alimentação como um direito inalienável do ser humano e a semente como um bem comum a todos àqueles que se dispõem a plantar, colher e compartilhar.


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