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8 de dezembro de 2018
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17:41

Ato na Esquina Democrática marca 70 anos da Declaração Universal dos Direitos Humanos nesta segunda

Por
Sul 21
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Ato na Esquina Democrática marca 70 anos da Declaração Universal dos Direitos Humanos nesta segunda
Ato na Esquina Democrática marca 70 anos da Declaração Universal dos Direitos Humanos nesta segunda
A Declaração Universal de direitos das pessoas humanas completa 70 anos. (Foto: ONU)

Da CUT-RS

A CUT-RS, centrais sindicais, frentes Brasil Popular e Povo Sem Medo promovem nesta segunda-feira (10), às 17h30, um ato na Esquina Democrática, no centro de Porto Alegre, para marcar o aniversário de 70 anos da Declaração Universal dos Direitos Humanos. Haverá manifestações em todo o país, celebrando a importância do documento da ONU e denunciando a prisão política do ex-presidente Lula e os assassinatos da vereadora carioca Marielle Franco e do seu motorista Anderson Gomes, dentre outros ataques aos direitos humanos.

O texto foi aprovado pela Assembleia Geral da ONU, em 10 de dezembro de 1948, em Paris. “Todos os seres humanos nascem livres e iguais em dignidade e direitos”, diz o primeiro artigo da Declaração, que relaciona, em 30 pontos, os direitos humanos, civis, econômicos, sociais e culturais “inalienáveis” e “indivisíveis”.

A Declaração “resistiu às provas durante os anos passados”, destacou a ex-presidenta do Chile e alta comissária da ONU para Direitos Humanos, Michelle Bachelet. “Acredito firmemente que seja tão relevante hoje como quando foi adotada há 70 anos”, avaliou.

Golpe retirou direitos

“Temos que tomar as ruas para defender a democracia, a liberdade e os direitos trabalhistas e sociais, que hoje se encontram ameaçados no Brasil e no mundo, diante do crescimento de movimentos de direita, que vêm atacando as conquistas democráticas dos povos”, afirma o presidente da CUT-RS, Claudir Nespolo.

Ele explica que “o golpe parlamentar, jurídico e midiático de 2016, que derrubou a presidenta Dilma Rousseff, não foi para combater a corrupção, como passaram a conversa na população, mas para retirar direitos, vender reservas de petróleo, privatizar estatais e entregar a soberania nacional”.

“A reforma trabalhista do governo ilegítimo Temer e a chamada lei do teto de gastos, que congelou por 20 anos o orçamento para saúde e educação, dentre outros retrocessos aprovados, retiraram direitos trabalhistas e sociais, precarizando o trabalho e piorando as condições de vida da população”, salienta Nespolo.

Lula livre

“Para manter essa agenda neoliberal, os golpistas montaram um processo judicial cheio de ilegalidades e Moro condenou sem crime e sem provas o ex-presidente Lula, que liderava todas as pesquisas de intenção de voto. Está preso injustamente desde 7 de abril, em Curitiba, o que afronta os direitos humanos, a justiça e a democracia”, denuncia o dirigente sindical da CUT-RS.

Sem Lula, o candidato de extrema direita Jair Bolsonaro foi eleito presidente, após fazer uma campanha de disparos em massa de ‘fake news’ pelo WhatsApp contra o PT, Haddad e Manuela, e sem qualquer debate no segundo turno. Agora Moro, que impediu Lula de concorrer, foi indicado ministro da Justiça pelo presidente eleito, o que é um escândalo e uma ameaça aos direitos humanos e às liberdades democráticas”, salienta.

“Queremos o respeito aos direitos humanos e a libertação imediata de Lula”, defende Nespolo.

Marielle vive

Marielle e Anderson foram assassinados em 14 de março, após o carro em que eles estavam ter sido atingido por 13 tiros, no centro do Rio de Janeiro. Quase nove meses depois do crime, as investigações da Polícia Civil e do Ministério Público ainda não apontaram os assassinos. Além de vereadora, Marielle era militante do movimento negro e dos direitos humanos, feminista e lésbica.

“Quem matou, quem mandou matar e qual foi a motivação da execução?”, pergunta Nespolo. “Enquanto não houver a elucidação do crime, paira uma espada sobre a cabeça de todos os defensores de direitos humanos, o que é inadmissível.”

“O Brasil não pode retroceder, mas precisa defender a democracia e os direitos humanos para combater a violência, impedir a barbárie e resgatar a esperança”, conclui o presidente da CUT-RS.


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