Maiara Rauber
Da Página do MST
Sabrina Cerqueira, 37 anos, foi premiada na 22ª edição do Prêmio Arquiteto e Urbanista do Ano por seus trabalhos realizados em assentamentos da Reforma Agrária. O evento organizado pelo Sindicato dos Arquitetos no Estado do Rio Grande do Sul (Saergs) ocorreu na última sexta-feira (14), no Memorial Luiz Carlos Prestes, em Porto Alegre.
Entre as cinco categorias do prêmio, Sabrina foi selecionada para ser Homenageada Especial na Assistência Técnica em Habitação de Interesse Social (Athis). “Esse prêmio não é só meu. Represento uma equipe de profissionais sem a qual seria impossível viabilizar as casas dos assentados. Queria aproveitar para agradecer ao Movimento dos Trabalhadores Rurais Sem Terra pela acolhida durante todos esses anos”, declara.
Arquiteta e urbanista formada em 2010 pela Universidade do Vale do Rio dos Sinos (Unisinos), Sabrina destaca a relevância desta conquista por profissionais que atuam nessa área. “Nós da Athis precisamos nos esforçar para praticar a boa arquitetura em terrenos muitas vezes afastados dos centros urbanos, sem infraestrutura mínima e principalmente com recursos financeiros apertados. A importância desse prêmio é a valorização desses profissionais na área da arquitetura” ressalta.
A premiação ocorre desde 1996 e visa homenagear profissionais gaúchos e projetos alinhados à trajetória histórica do Saergs. A iniciativa tem patrocínio do Conselho de Arquitetura e Urbanismo do Rio Grande do Sul (CAU/RS) e apoio da Associação Brasileira dos Escritórios de Arquitetura (AsBEA RS), Associação de Arquitetos de Interiores do Brasil/RS (AAI Brasil/RS), Instituto de Arquitetos do Brasil (IAB RS), Federação Nacional dos Arquitetos e Urbanistas (FNA) e Memorial Luiz Carlos Prestes.
Arquitetura em assentamentos
Atuando há 5 anos na Cooperativa Central de Assentamentos do Rio Grande do Sul (Coceargs), Sabrina já ajudou a construir cerca de 700 unidades habitacionais em áreas de Reforma Agrária. Em 2019, mais de 190 serão concluídas com a contribuição do seu trabalho.
Na execução das casas das famílias Sem Terra, elas participam do Programa Nacional de Habitação Rural (PNHR). De acordo com a homenageada do Athis, esse projeto tem como método a autoconstrução assistida, ou seja, as famílias contribuírem nas obras, tornando-se, assim, agente responsável pelo seu habitar. “Pela primeira vez, os assentados foram contemplados com uma habitação completa com dois dormitórios, sala, cozinha, banheiro e área de serviço, adaptada para Pessoa Portadora de Deficiência”, destacou.
