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8 de novembro de 2018
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21:20

Após 20 anos de produção, juiz manda despejar famílias de acampamento em Minas Gerais

Por
Sul 21
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Após 20 anos de produção, juiz manda despejar famílias de acampamento em Minas Gerais
Após 20 anos de produção, juiz manda despejar famílias de acampamento em Minas Gerais
Acampados levaram alimentos para mostrar ao tribunal que atividade agrícola do Quilombo Campo Grande produz alimento e renda. Foto: Douglas Mansur/Brasil de Fato

Do MST

Durante audiência realizada na tarde de quarta-feira (7), o Juiz Walter Zwicker Esbaille Junior mandou despejar as 450 famílias moradoras da usina falida de Ariadnópolis, em Campo do Meio (MG). Ele deu o prazo de sete dias para desfazer a ocupação.

Com essa decisão serão destruídos 1.200 hectares de lavoura de milho, feijão, mandioca e abóbora, 40 hectares de horta agroecológica, 520 hectares de café. Além disso, centenas de casas, currais e quilômetros de cerca serão derrubados. Essa ordem destruirá tudo o que as pessoas construíram em duas décadas de trabalho.

De acordo com os advogados de defesa das famílias, a decisão é arbitrária e fere princípios constitucionais ao não reconhecer valores de dignidade humana. A audiência aconteceu de maneira atípica. Houve restrição para a entrada da representação das famílias acampadas e impedimento de autoridades que se deslocaram para acompanhar a audiência.

Durante a condução do rito, o juiz solicitou a presença da tropa de choque dentro da sala. Os representantes do latifúndio, junto com a prefeitura local, propuseram alojar as famílias em um ginásio. Por fim, o Juiz sequer leu a sentença, apenas informou rapidamente a decisão.

O MST está recorrendo, diante da decisão arbitrária e injusta. As famílias reafirmam a disposição de seguir a luta e resistir a mais essa investida da velha usina.


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