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4 de outubro de 2018
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17:52

Demissões por acordo, sem sindicatos, já passam de 100 mil, segundo Caged

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Sul 21
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Demissões por acordo, sem sindicatos, já passam de 100 mil, segundo Caged
Demissões por acordo, sem sindicatos, já passam de 100 mil, segundo Caged
Especialistas apontam tendência de crescimento no número de comum acordos e restrição e desproteção dos direitos trabalhistas | Foto: Fabio Rodrigues Pozzebom EBC/Reprodução

Da RBA

Desde a implementação da reforma trabalhista, em novembro de 2017, o número de trabalhadores que assinaram acordos de demissão de forma individual, ou seja, sem a presença de representantes sindicais, já é superior a 109 mil pessoas, de acordo com dados do Cadastro Geral de Empregados e Desempregados do Ministério do Trabalho (Caged). Este, segundo especialistas, é mais um dos “efeitos nefastos da reforma”.

Na prática, com os acordos individuais, os trabalhadores perdem direitos, entre eles, o seguro-desemprego, recebem metade do aviso prévio (em caso de indenização) e apenas 20% da multa do Fundo de Garantia do Tempo de Serviço (FGTS) paga pelo empregador e não mais os 40% previstos na Consolidação das Leis do Trabalho (CLT).

“A tendência é mais trabalhadores (ficarem) sem ou com menos direitos e os patrões cada vez mais ricos, que é para isso que eles tanto defenderam a mudança do contrato de trabalho e das regras trabalhistas no nosso país”, avalia a secretária de Relações do Trabalho da CUT, Graça Costa em entrevista ao repórter Cosmo Silva, da Rádio Brasil Atual. Em dezembro do ano passado, um mês após as mudanças, o número de desligamentos saltou de 855 para 5.841 acordos comum; já em agosto deste ano, o número chegou a 15.010.

O presidente do Departamento Intersindical de Apoio Parlamentar (Diap) e da Federação dos Professores do Estado de São Paulo, Celso Napolitano, também aposta no aumento no número de acordos diretos fechados com o empregador, principalmente pelo fim da obrigatoriedade da participação dos sindicatos na homologação, o que permitirá abusos e negligência em relação a direitos dos trabalhadores. “A reforma trabalhista jogou o trabalhador ao léu”, afirma Napolitano.


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