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12 de junho de 2018
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17:44

Encontro em Córdoba defende universidade pública como um direito na América Latina e Caribe

Por
Sul 21
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Mais de mil pessoas lotaram o auditório da Faculdade de Enfermagem da Universidade de Córdoba. (Divulgação)

Da Redação (*)

O Encontro Latinoamericano contra o neoliberalismo por uma universidade democrática e popular marcou a posição dos setores progressistas sobre os rumos da educação superior na América Latina e Caribe. Mais de mil estudantes, professores, trabalhadores e sindicatos de vários países lotaram o auditório da Faculdade de Enfermagem da Universidade de Córdoba, na Argentina, no último domingo (10), em um evento que representou uma demonstração de força da esquerda argentina contra o governo de Mauricio Macri.

Sociológo Boaventura de Sousa Santos falou na plenária de encerramento do encontro. (Divulgação)

O encontro antecedeu a III Conferência Regional de Educação Superior (CRES 2018) que ocorre de 11 a 15 de junho na Universidade de Córdoba. Esta edição da CRES comemora também o centenário da reforma universitária de 1918, realizada em Córdoba, e acontece na mesma semana em que se vota a legalização do aborto na Argentina, e em que se mobilizam trabalhadores e trabalhadoras contra a política de Macri, com foco no acordo do governo com Fundo Monetário Internacional (FMI) e na política do salário mínimo.

No evento de domingo, especialistas debateram com movimentos sociais os rumos da educação no continente, reafirmando a premissa fundamental de defender a educação superior pública como direito universal e dever dos Estados, tema que deve pautar também a CRES. O PROIFES-Federação estava presente no encontro com 25 professores e segue nos debates da conferência regional.

Foto: Divulgação

Na plenária final do encontro, o sociólogo português Boaventura de Sousa Santos (ver vídeo abaixo) apontou como fundamental a democratização da universidade para enfrentar o neoliberalismo que chamou de “uma mentira”. Segundo o professor, uma referência no debate sobre a democracia, o papel dos movimentos sociais e pós colonialismo, “democratizar a universidade é ‘desmercantilizar’, descolonizar, descapitalizar e ‘despatriarcar’ a universidade. Precisamos, em vez de uma universidade, uma pluriversidade”, disse defendendo uma universidade feminista, plurirracial, pública e que consiga subverter padrões coloniais de educação.


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