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30 de abril de 2018
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20:02

Ugeirm convoca policiais civis a se unirem a manifestações de 1º de maio

Por
Sul 21
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Ugeirm convoca policiais civis a se unirem a manifestações de 1º de maio
Ugeirm convoca policiais civis a se unirem a manifestações de 1º de maio
Foto: Guilherme Santos/Sul21

Da Redação

O 1˚ de maio marca a assinatura da Lei nº 5.452, que entrou para a história como a Consolidação das Leis do Trabalho, em 1943. No entanto, para determinadas categorias do estado do Rio Grande do Sul, o primeiro dia do quinto mês do ano representa a luta pela execução do 3˚ Artigo da legislação, que o empregado seja reconhecido mediante salário. É o caso dos policiais civis – há quase 26 meses recebem salários atrasados. “Esse ano, nosso 1˚ de maio foi brindado não só com os atrasos, mas com o não pagamento das horas-extras também”, aponta o presidente do Sindicato dos Escrivães, Inspetores e Investigadores da Policia Civil do RS (Ugeirm), Isaac Ortiz.

Depois das greves ocorridas no final de 2017, o Sindicato convocou a categoria para um dia de resistência e lutas. “Combinada com a superlotação das carceragens e a falta de efetivo nas delegacias do interior, que em grande parte funcionam com apenas um policial, temos um dia do trabalhador com muito pouco para comemorar no nosso estado”, pontua nota divulgada pela Ugeirm. O Sindicato também aponta para as eleições de 2018. “Nesse Dia dos Trabalhadores, é importante que os policiais se integrem às manifestações que acontecerão nas suas cidades, para lembrar à população quem são aqueles candidatos que retiram direitos, atrasam salários e votam contra os trabalhadores. Esses não merecem os votos dos gaúchos.”

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Para Ortiz, o momento vivido pelos trabalhadores é de retrocessos. “É um momento difícil, com a Reforma Trabalhista”, afirma o presidente. “Nem eles sabem o que fizeram. Hoje beiramos os 14 milhões de desempregados”, completa.  Ele afirma que, a possibilidade de reverter esse cenário está na reflexão e na luta. “Existe uma casa-grande que não quer perder seu status, por isso tem que tirar dos que vêm de baixo.”

Ortiz pondera que, a partir do momento em que a reforma entrou em vigor, abriu-se espaço para precedentes contraditórios. “Se fala tanto em família, nos direitos da família, mas quem tem que trabalhar, cada vez mais, vai trabalhar de segunda à segunda. Quem tem que trabalhar sete dias por semana não tem direito de ver os filhos.”

Ele lembra que, em 2017, a categoria se mobilizou no Dia do Trabalhador contra a Reforma da Previdência. “O trabalhador não tem o que comemorar nesse dia. Nós, empregados, debatemos sobre nossos direitos. E os desempregados?”

Para o presidente da Ugeirm, o que deve ocorrer é uma reação. “Solidariedade e democracia não são nem coisas que chamamos de direitos mais, chamamos de conquistas”, finaliza.


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