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14 de novembro de 2017
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18:53

Cpers fecha Federasul para pressionar governo Sartori a negociar

Por
Luís Gomes
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Cpers bloqueia entradas da Federasul durante ato nesta terça | Foto: Maia Rubim/Sul21

Da Redação

Há quase 70 dias em greve — desde 5 de setembro –, o Centro dos Professores do Estado do Rio Grande do Sul (Cpers) mudou o alvo de seus protestos na manhã desta terça-feira (14). Em lugar da manifestação diante do Palácio Piratini, como normalmente faz, bloqueou as entradas de acesso ao prédio da Federação de Entidades Empresariais do Rio Grande do Sul (Federasul), escolhido por simbolizar o apoio do empresariado gaúcho à agenda de ajuste fiscal do governo Sartori. Após decidir permanecer em greve na última sexta-feira (11), o sindicato quer que o governo faça uma proposta que atenda ao menos em parte as reivindicações da categoria: garantia dos salários pagos até o último dia do mês, conforme prevê a Constituição; garantia do pagamento do 13º salário até 20 de dezembro deste ano e abertura de uma Mesa de Negociação para discutir a recuperação das perdas inflacionárias, que já chegam a 21,85%.

“O vice-governador, José Paulo Dornelles Cairoli, veio desta casa. Este prédio, assim como o da Fiergs, representa os empresários que sonegam impostos que não entram nos cofres públicos para honrar os nossos salários. Desde 2015, quando o governo começou a alegar a crise, estamos denunciando isso. Hoje, viemos aqui dizer para os empresários que o pagamento do 13º salário, até 20 de dezembro, é um direito nosso. Viemos aqui para dizer que assim como os empresários, que sugam o Estado, impedindo que possamos receber nossos salários em dia, parando as nossas vidas, hoje nós vamos parar o funcionamento desta casa”, disse a presidente do Cpers, Helenir Aguiar Schürer.

Os educadores permaneceram no local até o início da tarde, impedindo o acesso dos funcionários ao prédio, e posteriormente seguiram em caminhada até o Palácio Piratini. Diante da sede do governo, o Comando de Greve Estadual solicitou uma audiência com o governo, mas, após um período de espera, foi informada pela segurança que não seria possível marcar uma agenda hoje e que não haveria previsão para um novo encontro.

“Em Assembleia, decidimos que continuaríamos em greve e hoje já estamos aqui, debaixo de um sol escaldante, buscando a negociação para tentarmos resolver o impasse. O governo, que investe forte na mídia, não venha falar que tem responsabilidade com os alunos, pois, se tivesse, nos recebia e apresentava uma proposta decente. A responsabilidade da continuidade da greve tem nome, endereço e CPF, é José Ivo Sartori. O único responsável por cada a dia mais que estivermos em greve. Queremos somente aquilo que o governo nos retirou nesses três anos: a reposição salarial de 21,85%, pagamento do 13º até o dia 20 e a garantia de que não teremos mais nossos salários parcelados. O governo disse que a partir de agora vai endurecer. Nós estamos acostumados, porque a nossa vida já está muito dura nesses três anos. Nós queremos uma ação do governo e essa ação é nos receber para uma negociação de verdade. Continuamos na luta”, afirmou Helenir.

Confira mais fotos do ato:

Foto: Maia Rubim/Sul21
Foto: Maia Rubim/Sul21
Foto: Maia Rubim/Sul21
Foto: Maia Rubim/Sul21
Foto: Maia Rubim/Sul21
Foto: Maia Rubim/Sul21

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