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15 de março de 2017
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21:08

Bancários de Porto Alegre paralisam agências em protesto contra reforma da Previdência

Por
Sul 21
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O ex-governador Olívio Dutra participou da mobilização | Foto: SindBancários

Da Redação*

Os bancários paralisaram dezenas de agências na manhã desta quarta-feira (15), Dia Nacional de Paralisação e Mobilização, no centro de Porto Alegre. Eles afixaram faixas com os dizeres “Reforma da Previdência: Trabalhe até morrer ou morra trabalhando”, fizeram reuniões para esclarecer a categoria e dialogaram com a população. Houve também entrega de material informativo em frente à Direção Geral (DG) do Banrisul.

“Notamos que a atenção da categoria para essas ameaças hoje é muito grande, mas precisa crescer ainda mais”, afirmou o presidente do SindBancários, Everton Gimenis. Em uma série de reuniões com os colegas da agência central do Bradesco, na Praça Osvaldo Cruz, ele explicou que as medidas que o governo quer impor aos brasileiros e brasileiras, através do Congresso, vão impedir que a maioria da população brasileira se aposente.

“Em muitas regiões do Norte e Nordeste do Brasil, a expectativa de vida fica abaixo dos 65 anos, que será a idade mínima de aposentadoria para quem trabalhar e contribuir para a Previdência por 49 anos”, destacou. “E se ficar desempregado por um período e deixar de contribuir, perde o direito de se aposentar”, completou.

Gimenis também criticou a intenção de igualar o tempo de contribuição e aposentadoria para homens e mulheres, ignorando que as mulheres ainda encaram uma dupla jornada, com o trabalho doméstico. “Todos temos que pressionar o Congresso para que não aprove uma reforma no jeito que o governo Temer quer”, afirmou o sindicalista. Ele ainda relacionou os ataques ao INSS com o lobby a favor da previdência privada.

O risco de aprovação da terceirização indiscriminada também foi alertado por Gimenis. “O presidente da Câmara de Deputados, Rodrigo Maia, desencavou o projeto de lei 4302/1998, que visava liberar de modo irrestrito a terceirização de atividades – incluindo a atividade-fim”, disse o presidente do SindBancários. “No caso dos bancários, o banco poderá contratar uma empresa terceirizada para fazer o serviço de caixa, por exemplo, sem que estes trabalhadores tenham direitos trabalhistas, PLR e outras conquistas da categoria”, alertou.

Para Gimenis, no limite, essas medidas até poderiam gerar mais empregos no país: “Mas seriam empregos de péssima qualidade, de salários rebaixados e sem as garantias da CLT”, explicou.

Ano eleitoral

Para o presidente do Sindicato, este é um momento de muita pressão do governo sobre o Congresso porque Temer e seus apoiadores querem aprovar rapidamente – até a metade do corrente ano – as três reformas, pois 2018 é ano eleitoral. “Os políticos não vão querer correr o risco de aprovar este pacote de destruição de direitos dos trabalhadores em um ano de eleições”, opinou Gimenis. “Então é fundamental que os trabalhadores e trabalhadoras demonstrem e enviem para os congressistas todo o seu descontentamento com estas ameaças aos direitos e a Previdência”, afirmou.

Olívio Dutra

O aposentado do Banrisul, ex-presidente do Sindicato, ex-prefeito, ex-deputado e ex-governador Olívio Dutra também aderiu à mobilização, distribuindo material informativo aos bancários e à população, em frente às agências centrais da Caixa e do Banrisul, na Praça da Alfândega. “Esta reforma que eles querem passar no Congresso representa na realidade o fim da aposentadoria da maioria dos trabalhadores e trabalhadoras”, explicou o ex-governador. “E nós não podemos permitir isto”, concluiu.

*Com informações do SindBancários e da CUT-RS



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