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4 de julho de 2016
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22:05

Entidades fazem terceiro ato contra projeto que altera Fundos de Pensão

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Sul 21
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Manifesteção ocorreu am meio-dia desta segunda-feira, em frente ao Banco do Brasil da Rua Uruguai|Foto: CUT-RS
Manifestação ocorreu ao meio-dia desta segunda-feira, em frente ao Banco do Brasil da Rua Uruguai|Foto: CUT-RS

Da Redação*

Contrários ao projeto que altera o Fundo de Pensões, o PL 268, manifestantes fizeram, ao meio-dia desta segunda-feira (4), na Capital, o terceiro ato público. Organizada pela Central Única dos Trabalhadores (CUT), Sindicato dos Bancários de Porto Alegre (SindBancários), Federação dos Trabalhadores e Trabalhadoras em Instituições Financeiras do RS (Fetrafi-RS) e Associação Nacional dos Participantes de Fundos de Pensão (Anapar), a manifestação foi feita em frente à agência do Banco do Brasil da Rua Uruguai.

Aprovado já no Senado, o projeto, que tramita em regime de urgência na Câmara dos Deputados, prevê o fim de eleição de diretores executivos e reduz de 50% para um terço os integrantes eleitos pelos participantes dos conselhos deliberativos e fiscais das entidades de previdência complementar. A proposta prevê, ainda, a contratação de “especialistas” do mercado financeiro para a diretoria executiva e de conselheiros “independentes” para as vagas de trabalhadores e aposentados.

“Entregar os nossos fundos de pensão ao mercado financeiro, como é a intenção deste projeto, é colocar a raposa para tomar conta do galinheiro”, alertou o secretário de Comunicação da CUT no Rio Grande do Sul, Ademir Wiederkehr, criticando a postura do governo interino de Michel Temer (PMDB) que trabalha pela aprovação rápida do projeto. O secretário defendeu, ainda, que os trabalhadores e aposentados devem continuar elegendo seus representantes com o fim de gerir os seus recursos e, como consequência, garantir o pagamento dos benefícios na aposentadoria.

Já o presidente do SindBancários, Everton Gimenis, frisou que o projeto “quer meter a mão nos fundos de pensão e é só uma parte de um pacote de maldades antipopulares do governo Temer, como o ataque à Previdência Social que pode elevar para 70 anos para homens e mulheres a idade mínima para aposentadoria”. “Querem também desvincular o reajuste da categoria do índice do salário mínimo, porque para o governo golpista a Previdência – que agora ficou submetida ao Ministério da Fazenda –, e os aposentados não são encarados como prioridades, mas sim como gastos”, completou Gimenis.

Deputado Pepe Vargas participou do ato e pediu mais pressão popular para barrar projeto|Foto: CUT-RS
Deputado Pepe participou do ato e pediu mais mobilização popular para barrar projeto|Foto: CUT-RS

O deputado federal Pepe Vargas (PT) participou do ato das entidades. “Para barrar a aprovação desse projeto, temos que engrossar o caldo da participação popular em todas as grandes cidades do país”, afirmou o petista. O projeto não entrou na ordem do dia da Câmara, segundo Pepe, porque há medidas provisórias que estão trancando a pauta, e outras propostas tramitando igualmente em situação de urgência. “Este tempo tem que ser aproveitado pelos trabalhadores para pressionar os deputados. Ainda não vejo uma forte mobilização popular, mas pode ser construída”, observou Pepe o deputado.

3,5 milhões de pessoas prejudicadas

Em caso de o projeto ser aprovado, conforme o diretor da Anapar, Ledir José Gamba, serão prejudicadas diretamente 3,5 milhões de pessoas que integram os fundos de pensão. “Precisamos fazer um trabalho de base junto a todos os deputados para que esse projeto seja rejeitado”, destacou ele. “Quem entregaria o dinheiro para a sua aposentadoria nas mãos de especuladores do mercado financeiro?”, questionou a diretora de Comunicação do SindBancários, Ana Guimaraens.

Várias entidades ligadas ao tema particparam do ato|Foto:CUT-RS
Várias entidades ligadas ao tema participaram do ato|Foto:CUT-RS

Diretora da Fetrafi-RS, Maristela Rocha enfatizou que “estão de olho nos recursos dos fundos de pensão, mas não se ouve falar em taxação das grandes fortunas”. Em 2002, recordou ele, os fundos de pensão dos trabalhadores chegavam a ativos de R$ 3 bilhões e hoje estão em aproximadamente R$ 700 bilhões. “Apesar de alguns problemas localizados, é uma mentira deste governo golpista de Temer dizer que os trabalhadores não sabem gerir os seus próprios recursos”, rebateu Maristela.

Ainda durante o ato, o secretário da CUT destacou que lembrou que o funcionário do Banco do Brasil e deputado federal Pompeo de Matos (PDT-RS), que havia recebido dirigentes de entidades sindicais e da Anapar em seu escritório em Porto Alegre, criticou, na última semana, o projeto em pronunciamento na tribuna da Câmara.

Ao final da atividade, os dirigentes das entidades orientaram os trabalhadores para que continuem enviando mensagens por e-mail e via Facebook aos deputados federais, pressionando-os a votarem contra o projeto.

*Com informações da assessoria de imprensa da CUT-RS


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