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3 de novembro de 2014
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13:22

Caixa foi a única grande instituição financeira a criar vagas até setembro

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Sul 21
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Caixa foi a única grande instituição financeira a criar vagas até setembro
Caixa foi a única grande instituição financeira a criar vagas até setembro

Da Redação

Até setembro deste ano, os bancos que operam no Brasil fecharam 3.325 empregos. O desemprego no setor financeiro nacional seria ainda mais acentuado se não fosse a atuação da Caixa Econômica Federal, a única grande instituição bancária a criar vagas (1.978). Esses números estão na contramão da economia brasileira, que gerou 904.913 novos empregos no mesmo período.

Os dados provêm da Pesquisa de Emprego Bancário (PEB), conforme estudo da Confederação Nacional dos Trabalhadores do Ramo Financeiro (Contraf/CUT) em parceria com o Departamento Intersindical de Estatística e Estudos Socioeconômicos (Dieese). O levantamento foi elaborado com base nos números do Cadastro Geral de Empregados e Desempregados (Caged) do Ministério do Trabalho e Emprego (MTE).

A pesquisa da Contraf/CUT – Dieese revela que, no total, 20 estados apresentaram saldos negativos de emprego entre janeiro e setembro de 2014. As maiores reduções ocorreram em São Paulo, Rio Grande do Sul, Rio de Janeiro e Minas Gerais, respectivamente, com 1.091, 704, 562 e 534 cortes. O estado com maior saldo positivo foi o Pará, com geração de 258 novas vagas.

É revelado também que a rotatividade no setor bancário achata salários. O índice continuou alto no período. Os seis maiores bancos do país contrataram 25.702 trabalhadores e desligaram 29.027. O salário médio dos admitidos pelos bancos em oito meses do ano foi de R$ 3.321,80 ante R$ 5.251,76 de salário médio dos desligados. Assim, os trabalhadores que entraram nos bancos receberam valor médio 37% menor que a remuneração dos que saíram.

Foi detectada ainda a desigualdade entre homens e mulheres. A pesquisa mostra que as mulheres, embora representem metade da categoria bancária e sejam mais escolarizadas, continuam discriminadas pelos bancos na remuneração, ganhando menos do que os homens quando são contratadas. Essa desigualdade segue ao longo da carreira, pois a remuneração das mulheres é bem inferior à dos homens no momento em que são desligadas dos seus postos de trabalho.

No quesito média de salários, os homens na admissão receberam R$ 3.766,64 nos primeiros nove meses do ano, enquanto a remuneração das mulheres ficou em R$ 2.856,42, valor 24% inferior à remuneração de contratação dos homens. Ainda no período, a média dos salários dos homens no desligamento foi de R$ 6.017,79, cabendo às mulheres remuneração de R$ 4.425,34.

A discriminação é mostrada claramente pela pesquisa. Embora possuam escolaridade maior, as mulheres enfrentam barreiras para a ascensão profissional, em razão do machismo que ainda impera nos bancos.

Fonte: Fenae Net


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