Live do Sul21
|
19 de janeiro de 2021
|
18:48

Live do Sul21 recebe a biomédica Mellanie Dutra: A vacinação começou, e agora?

Por
Luís Gomes
[email protected]
Live do Sul21 recebe a biomédica Mellanie Dutra: A vacinação começou, e agora?
Live do Sul21 recebe a biomédica Mellanie Dutra: A vacinação começou, e agora?
Mellanie Fontes Dutra, biomédica mestra e Doutora em neurociencias pela UFRGS e coordenadora da Rede Análise COVID-19, membro do grupo infovid, Equipe Halo e da União Pró Vacina | Foto: Arquivo Pessoal

Da Redação

Na Live do Sul21 realizada no início da tarde desta terça-feira (18), os repórteres Luís Eduardo Gomes e Luciano Velleda receberam a biomédica Mellanie Fontes Dutra, mestra e doutora em Neurociências pela Universidade Federal do Rio Grande do Sul (UFRGS) e coordenadora da Rede Análise COVID-19, para uma conversa sobre o início da campanha de vacinação contra a covid-19. Na conversa, ela fala sobre a importância das pessoas se vacinarem e explica quais serão os próximos passos da campanha nacional de vacinação e os desafios que precisam ser superados para a população brasileira alcançar a imunidade contra o novo coronavírus.

“Nós temos muitos desafios inerentes a esse processo. Nós temos o desafio da produção, hoje aqui nós não temos as quantidades suficientes para os grupos prioritários. Estamos num caminho e demos um pontapé importante, temos vacina, agora precisamos produzir em quantidades suficientes para esse primeiro momento, que é a vacinação dos grupos prioritários”, disse. “Mas a população precisa entender que a gente vai levar um tempo para vacinar uma grande quantidade de pessoas e, ao longo desse caminho, a gente tem um segundo desafio, que é o pessoal se manter se cuidando, mantendo as medidas de enfrentamento, até a gente ter uma quantidade suficiente de pessoas imunizadas a ponto da gente atingir a imunidade de grupo, que é o que a gente tanto sonha e o que vai impactar diretamente a transmissão do vírus”, complementou.

Mellanie explica ainda que, para alcançar a chamada imunidade de grupo, momento em que o vírus terá dificuldade para encontrar novos hospedeiros e, portanto, começará a desaparecer, será necessário vacinar um percentual bastante elevado da população.

“Para que uma vacina tenha uma eficácia muito alta, em torno de 90%, a gente precisa de em torno de 60%, 70% da população vacinada. Mas para uma vacina que tem uma eficácia um pouco mais baixa, como a CoronaVac e a da Astrazeneca, a gente precisa de uma maior parte da população para a gente se beneficiar dessa proteção e dessa segurança fornecidas por elas”, diz, acrescentando que ainda não dá para, enquanto não se conhece todas as vacinas que serão utilizadas durante a campanha de imunização, dizer qual seria esse percentual necessário. “Não adianta a gente também ficar sonhando com o imunizante perfeito porque ele tem que ser o factível com a nossa realidade, ele tem que corresponder ao nosso sistema de produção, de entrega e de distribuição. Hoje, nós temos dois muito bons imunizantes aí para nos ajudar, que são a CoronaVac e a vacina da Astrazeneca em parceria com a universidade de Oxford e com a Fiocruz. Então, nós temos que abraçá-los e, a partir daí, a gente vai começar a estimar esse cálculo. Mas, independente do valor, nós precisamos que o máximo da população indicada para a vacinação vá se vacinar para garantir que a gente vá chegar o mais rápido possível a essa imunidade de grupo”.

Ela destacou ainda que, no dia 21, vai ocorrer o lançamento de uma campanha nacional de vacinação, produzida pelo movimento Todos Pelas Vacinas, que reúne especialistas, artistas e influenciadores.

A seguir, confira a íntegra da Live do Sul21 desta semana:


Leia também
Compartilhe:  
Assine o sul21
Democracia, diversidade e direitos: invista na produção de reportagens especiais, fotos, vídeos e podcast.
Assine agora