É provável que alguns torcedores mais apaixonados (deveria escrever fanáticos?) até gostem da ideia, mas no fundo o projeto que o vereador Pedro Ruas (PSOL) vai apresentar na manhã desta terça-feira, na Câmara Municipal, tem jeito de uma brutal e desajeitada pisada na bola.
Ruas propõe o tombamento do Estádio Olímpico para evitar sua implosão em abril do próximo ano quando houver a troca definitiva das chaves entre Grêmio (que fica com a Arena) e a empresa OAS (que construirá prédios comerciais e residenciais na área da Azenha). Se algo assim for aprovado, ninguém mais poderá mexer no estádio sem autorização dos órgãos competentes.
Perguntinha: e como fica o contrato assinado há muito tempo entre Grêmio e OAS?
Quando as duas partes começaram a planejar o negócio, a própria prefeitura fez alterações no Plano Diretor para encaixar as novas construções. E a OAS só partiu para a assinatura porque tinha a perspectiva de garantir uma área supervalorizada, em um bairro central da cidade, para o lançamento de seu empreendimento imobiliário.
Se houvesse uma perspectiva como esta dificilmente a empresa se arriscaria a construir um novo estádio.
Mudar tudo agora seria rasgar este contrato. Não haveria nem como compensar a empresa: onde a cidade disporia de uma área semelhante à da Azenha. Manter simplesmente o estádio, como sugere Ruas, chega a ser ingênuo: a OAS teria uma edificação em que não poderia mexer.
Paulo Odone, ainda presidente do Grêmio, nem quis comentar o assunto. Eduardo Pinto, diretor da empresa, lembrou que há um contrato assinado. E alguns colunistas chegam a falar em estelionato.
O mais provável é que um projeto assim não prospere. Se, surpreendentemente, seguir em frente, não escapará do veto do prefeito.
Questão para os torcedores:
– O que você acha do projeto do vereador?
– Há alguma chance de uma ideia assim prosperar?
– Como ficaria a relação comercial entre empresa e clube?