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24 de outubro de 2012
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19:11

Nem democratas, nem republicanos: quatro candidatos à presidência dos EUA em debate

Por
Sul 21
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A candidata do Partido Verde é contra a utilização de aviões teleguiados em guerras e operações militares | Foto: Divulgação

Da Redação

As possibilidades dos eleitores americanos no dia 6 de novembro vão além dos candidatos Barack Obama e Mitt Romney – embora poucos saibam disso. O bloqueio midiático nos Estados Unidos impede que outros candidatos à presidência do país tenham espaço e consigam expor suas propostas.

Nesta quarta-feira (24), a rede de comunicação russa RT transmitiu ao vivo um debate entre o candidato do Partido Libertário, Gary Johnson; a candidata do Partido Verde, Jill Stein; o candidato do Partido da Justiça, Rocky Anderson; e o candidato do Partido pela União Constitucional, Virgil Goode.

Jill Stein: proibição dos aviões teleguiados e legalização da maconha

Jill Stein afirmou que o sistema de dois candidatos mostra que “o dinheiro controla nossas eleições”. Ela disse também que é necessário acabar com o uso de aviões teleguiados nas guerras – para ela, a tecnologia devia ser proibida para fins militares e de espionagem.

A candidata do Partido Verde também falou do problema das drogas, declarando que “a maconha é perigosa apenas porque é ilegal, mas não é ilegal por ser perigosa”. Ela é favorável à legalização da maconha e argumenta que se deveria utilizar a ciência “para determinar o que é perigoso e o que não é”.

Anderson prometeu igualdade social e o fim da discriminação de gênero | Foto: Don LaVange/Flickr

Rocky Anderson: “Os ricos de Wall Street compraram as eleições”

Para o candidato do Partido da Justiça, há uma “degradação da democracia” nos Estados Unidos. Anderson criticou a falta de discussão de assuntos como a pobreza, as drogas e a crise climática nos debates entre Romney e Obama.

“Os dois partidos (democrata e republicano) estão tentando colocar nossa democracia em risco. Temos que nos opor. Precisamos de outro modelo de financiamento, outra democracia”, afirmou o candidato. “Os ricos de Wall Street compraram nossas eleições. A constituição do país foi mudada pelos imperialistas”.

Anderson também criticou as guerras dos Estados Unidos contra outras países. “Nossos líderes esquecem que não há nada pior do que a agressão e que atacar um país é ilegal”, afirmou. Ele também prometeu igualdade social em todos os âmbitos e disse que erradicará a discriminação de gênero.

Diferente de Stein e Johnson, Goode não legalizaria a maconha | Foto: Congresso dos Estados Unidos

Virgil Goode: mais empregos para cidadãos dos EUA, menos para estrangeiros

O candidato do Partido da União Constitucional afirmou que o sistema de dois candidatos “representam apenas aos que têm dinheiro”. Para ele, apenas eleições livres poderiam garantir o futuro da democracia.

Se eleito, Goode promete reajustar o orçamento público. “Não podemos aumentar os gastos militares em 2 bilhões de dólares”, disse.

Goode afirmou também que gostaria de reduzir os gastos federais contra a guerra às drogas, mas que “o consumo de drogas é principalmente uma questão do Estado”. Ele não legalizaria a maconha.

O candidato prometeu criar empregos, mas insistiu que o Estado deve oferecer trabalho a todos os cidadãos dos EUA, mas limitar as vagas para os estrangeiros. “Todos os empregos dos Estados Unidos deve ser dos cidadãos estadunienses”, afirmou.

O candidato do Partido Libertário é bastente firme em sua posição contrária a intervenções militares no Irã | Foto: Gage Skidmore/Flickr

Garry Johnson: contra tropas no Afeganistão e no Irã

Johnson, do Partido Libertário, também criticou o sistema que dá visibilidade apenas a Obama e Romney. “É uma coisa que pode existir a nível local, mas nunca a nível nacional. Precisamos de transparência”, afirmou.

Para o político, independentemente de quem ganhe a eleição, Romney ou Obama, os EUA devem esperar um conflito militar. Johnson tem uma posição totalmente contrária à invasão do Irã: “Vamos bombardear os cidadãos do Irã? Vamos nos deparar com outros 100 milhões de inimigos. Não devemos bombardear o Irã!”, exclamou.

“Temos que tirar as tropas do Afeganistão amanhã! Terminar as guerras contra o narcotráfico agora mesmo!”, afirmou com veemência o ex-governador do Novo México. Ele também afirmou que jamais assinaria um documento que permitisse a prisão de cidadãos sem acusações formais.

A questão das drogas também pautou a fala de Johnson, que é a favor da legalização. “A proibição do uso está relacionada a 90% do problema das drogas. Metade dos cidadãos dos EUA apoiam a legalização da maconha. Vamos legalizá-la e estabelecer impostos, ao invés de colocá-la fora da lei”, prometeu.

Com informações de RT


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